|3| UMA SOMBRA PROGRESSIVA

Novamente, ela chamava, seus braços procurando algo a frente do corpo, como se quisessem alcançar algo que estava além de sua compreensão. A sensação estagnada da terra molhada se grudando em seus pés, entrando pelas aberturas entre os dedos e enlameando a barra do vestido vermelho. Vermelho como fogo. Vermelho como sangue gotejando de um ferimento recente. Escuro, pesado e molhado. E o som das sílabas desaparecia, levando sua voz junto com o vento que chicoteava seus cabelos.

E aquela voz. Sumindo em meio ao nada.

Escuro.

Doloroso.

Tempestuoso.

Desacalentador.

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