A atmosfera do hospital era sempre densa, impregnada com o aroma de antissépticos e a palpável tensão que envolve as enfermarias.
No entanto, naquele dia, eu sentia um misto de esperança e nervosismo ao adentrar aquele ambiente.
O propósito da minha visita era tão gigante que parecia preencher cada canto do espaço com uma expectativa silenciosa.
Respirei fundo e avancei pelos corredores familiares, guiada pela memória e pelo coração.
Cheguei ao quarto de Ícaro e parei por um momento para reunir coragem.
Minha mão tremia ao tocar a maçaneta, e, antes que pudesse pensar duas vezes, empurrei a porta.
Ao vê-lo, uma onda de alívio e alegria me invadiu. Seus olhos, apesar do cansaço, brilhavam com a luz da recuperação.
“Marcela, que saudade, maninha!”
Sua voz era fraca, mas o calor humano era inegável.
Sem hesitar, aproximei-me para abraçá-lo, sentindo o conforto do seu corpo familiar.
No entanto, ao sentir a diferença em minha forma, seus olhos se arregalaram em confusão.
“Mas esper