PENÉLOPE VERONESI
O tempo parecia se estender indefinidamente, e eu mal conseguia dizer quantas horas haviam passado desde que me colocaram no porta-malas. Cada minuto era um tormento, e o espaço apertado fazia meu estômago revirar. O enjoo se misturava com o medo, criando uma combinação que eu nunca havia experimentado antes. O pior de tudo era o silêncio.
O silêncio opressor que só era quebrado pelo som abafado do motor e pela minha própria respiração acelerada.
De repente, depois do que pareceram várias e várias horas, o carro começou a desacelerar. Meu coração disparou, batendo tão forte que eu podia senti-lo no peito. A única coisa que eu conseguia ouvir era minha própria respiração, cada vez mais rápida, mais irregular. Então, o carro parou completamente. Tudo ficou quieto, exceto pelo som do meu corpo tremendo.
Segundos se passaram. O som da porta do porta-malas sendo aberta me fez prender a respiração. A luz fraca da noite misturado com outra luz branca, invadiu o espaço peque