Saí do banheiro sem olhar para trás e fui direto para o meu quarto. Pelo menos para mim, a celebração acabou, não tive coragem de me mostrar feliz sem ser feliz. Ao som da música animada que me veio do lado de fora, verifiquei que a minha mala tinha tudo o que eu precisava para o que eu esperava ser o meu último voo. Se tudo corresse bem, eu não precisaria mais fugir de nada ou de ninguém, eu somente desfrutaria das coisas boas da vida.

Estava quase escuro, quando bateram na minha porta, corri para abri-la, acreditando que era Freida, mas não, não era ela, era Inácio.

— Por que não está na festa? — Perguntou baixinho, com as mãos enfiadas nos bolsos das calças.

— A minha cabeça dói — eu menti, virando as costas para ele.

— A minha presença deixa-te desconfortável? — Virei-me e olhei para ele com os olhos estreitados, aquele tom calmo e até doce não me deu uma boa sensação.

— Desde quando se importa se me incomoda ou não?

— Por que é que tem sempre que me responder assim?

— Então, como