"Que mundo é maior do que aquele que cada um carrega dentro de si?" Um circo itinerante estende suas lonas sobre uma cidadezinha pacata. Repentinamente eventos sinistros envolvem a adolescente Anarina Torres e seus amigos na maior aventura das suas vidas. Estes inseparáveis amigos descobrirão tarde demais que alguns mistérios nunca deveriam ser revelados. O Fantástico paradoxo de Ouro Fundo é uma história de aventura e mistério sobre a amizade e o amadurecimento através das perdas, sacrifícios e vitórias. Embarque nesta aventura que o convida a questionar sua própria forma de enxergar o mundo e seus valores.
Leer másUma noite sem lua enlutava tenebrosamente a adormecida Ouro Fundo, capital de “lugar nenhum” e incrustada num pequeno pedaço de terra no meio do nada. Não raro alguns dos seus habitantes vislumbravam aventuras mesmo diante do completo marasmo onde quase nada, quase nunca acontecia. Mas aquela sombria madrugada de certo modo mudaria tudo para sempre.
Beatriz Torres e seu ousado companheiro de trabalho entraram silenciosamente no Centro Educacional de Ouro Fundo. A escuridão local tornava a incursão ainda mais tenebrosa enquanto os dois esgueiravam-se pelas paredes. Após atravessarem um corredor margeado de salas, chegaram próximos a um auditório onde já podiam ouvir um diálogo acalorado. A jovem abriu lentamente sua mochila, retirando uma máquina fotográfica, pronta para registrar o que presenciaria ao dobrarem o corredor seguinte. Fez sinal para que o outro esperasse e se aproximou um pouco mais. Sua calça de um jeans escuro surrado e a blusa preta sem mangas permitiam um quase ofuscar entre as sombras das pilastras ao redor. Antes de prosseguir, a jovem puxou o gorro que cobriu seus longos cabelos negros e sombreou seu rosto alvo. Por fim, Bia respirou fundo, contendo o ar nos pulmões, e esgueirou-se com a câmera junto ao rosto para o registro que provaria sua teoria. Antes que pudesse fotografar, porém, foi tomada por um pavor paralisante. E, diante de seus castanhos olhos arregalados, um evento inexplicável se consumava. Uma forte luz emanava, dispersando uma energia descomedida que em instantes eclodiu, engolindo tudo conforme expandia. O grito vindo do centro da luz foi abafado pelo devastador som de uma explosão fazendo a garota voar e atingir uma das paredes. No mesmo instante tudo começou a tremer e ruir. Rachaduras espalhavam-se como artérias, abrindo caminho através dos pilares e paredes rumo ao teto, iniciando um inevitável desmoronamento prestes a soterrar os incautos visitantes.
Sente-se perdido? Deslocado, talvez? Bem, creio que a descrição deste fúnebre acontecimento não seja a melhor forma de começar esta fantástica história. Então me permita voltar um pouco e começar, na falta de uma expressão mais apropriada: pelo começo.
O manto de um vermelho, escuro como sangue, cujo capuz encobria a face, quase o ofuscava entre as pesadas sombras, enquanto ele caminhava pelo corredor sombrio. Foi assim que o indivíduo cruzou o corredor largo do castelo no alto da colina, passando pelo meio das enormes pilastras, até chegar às vistosas e imensas portas que se abriram quando se aproximou.O salão que se revelou era amplo e sombrio. Em seu interior, iluminado por candelabros pendendo do teto, um trono se elevava após o tapete vermelho que se estendia até o final da sala. Um tecido branco esticado na parede ao fundo evidenciava a quem abrigava aquele tenebroso local; o símbolo da Ordem do Tempus Dominus estampava-o em destaque.O homem de manto negro se aproximou do trono inclinando-se em sinal de reverência.– Já estou ciente do fracasso da nossa missão – a voz grave do homem sentado, que oculto sob as densas sombra
Anarina respirou fundo e deu um passo à frente:– Eu vou!– Não! – Choco a puxou pelo ombro, tomando a frente da garota. – Eu vou!– Não posso permitir isso, Choco. Fui eu quem te trouxe aqui. Eu sou responsável por essa missão e tenho que assumir os riscos.– Não, Anarina – o garoto respondeu calmamente. – Durante toda a minha vida eu fui um covarde. Sempre me escondendo do perigo e deixando os outros tomarem a frente. Eu não fiz nada quando levaram meu amigo. Agora é a hora de dar valor à nossa amizade.Com lágrima nos olhos a jovem abraçou seu amigo sussurrando um “muito obrigada”.– Muito bem! Está decidido! Então vamos lá ou não vai dar tempo – Mekanicus se apressou em ajudar o garoto a entrar no tubo ao lado que estava vazio. Assim que o tubo foi fechado o l&iac
Todos os integrantes já estavam afastados quando Menestrel continuou a falar:– Eu quero que você saiba que nunca deixei de amar vocês. E que senti muita saudade.– Então por que nos abandonou?! – A ruiva elevou o tom, virando-se e encarando o homem à sua frente com o rosto vermelho e uma raiva contida durante anos.– Foi preciso, filha. Eu tinha a sua idade quando fui recrutado pela agência. Durante muito tempo nós viajamos, sempre para consertar o mundo. Mas eu era quem me sentia quebrado. Sentia que algo me faltava mas não sabia explicar o que era. Então eu decidi abandonar a agência e partir em busca de algo que me completasse. Durante minha jornada conheci uma linda mulher por quem me apaixonei. Pouco depois tivemos uma filha, Beatriz, sua irmã. Mas então os agentes da Tempus Dominus, uma Ordem inimiga, me encontraram. Eu lutei contra eles, mas não
– Fezzz mal sua jogadaaaa, agente! – Proferiu com um pleno sorriso de satisfação, para concluir em seguida: – Mesmoooo eu voltandooo ao normal, com a morteeee deeee vocês terei cumpridoooo minha missãooooo. De qualquer formaaaa eu ganhooooo.Mustache, que estava caído ao lado do agente, levantou-se com dificuldade observando a situação:– Ele tem razão, Kron – disse o apresentador. – Não estou questionando sua decisão, mas todos nós, inclusive as crianças, irão morrer com a explosão.– Não se você puder evitar – respondeu o inabalável agente, virando-se em seguida para seu interlocutor. – Use seu campo de força para conter a explosão.– Sinto muito se contou com isso, meu amigo – respondeu Mustache. – Meu cetro foi danificado. Não posso usar meu pod
Sim. Este é o fim. A última peça a juntar-se ao quebra-cabeça. E a tragédia que contempla o findar destila um sabor agridoce. Em nosso último suspiro deixamos de olhar para frente apenas por um instante e olhamos tudo o que deixamos para trás. O tempo apaga nossas palavras, mas nossos atos talham na história nossa existência. E o martírio é a impressão mais indelével deixada. Um último ato a garantir nossa eterna vida na memória daqueles que amamos. Aqueles por quem oferecemos o último sacrifício.Enquanto os olhos de Anarina acompanhavam vítreos os movimentos de um “fantasma” do passado, sua memória profusa mergulhou em um mar de sufocantes memórias. Lembranças de um carinhoso e atencioso pai e sua curiosa e audaciosa “pimentinha”. Os dois brincando no quintal. Ele a jogando para o alto enquanto ela gargalha
No interior do vagão; Fortão, a bailarina Jessy e o mágico Arkanu já haviam sido derrotados. O Mímico fazia a linha de frente na luta contra o Dúbio enquanto Mekanicus tentava inicializar os tubos de imersão e o restante do grupo protegia as crianças ao fundo.Após ter sido atingido e arremessado longe por uma explosão invisível o monstro já havia se recuperado e corria em direção ao mímico que, ignorando a aproximação da gigantesca criatura, fez um gesto com as mãos espalmadas no ar. O monstro já estava há poucos centímetros do seu alvo e o impacto de sua investida parecia iminente. Mas ao invés disso o Dúbio pareceu chocar-se em uma parede invisível. Tentou atravessá-la, mas a barreira que parecia estar bem entre os dois o impedia. Pankada gesticulou com as mãos abertas, passando-as pelo a
Último capítulo