Capítulo 2

Tomás Campos Alonzo 

Depois de uma turnê de seis meses. Inúmeras noites mal dormidas com multidões gritando meu nome. Tudo que eu queria era silêncio e hibernar o restante do ano, porém, dividindo apartamento com a minha ex namorada, que acabou de sair de mais um encontro desastroso. Eu podia esquecer meus planos e passar a noite toda a consolando. 

Carlinha passou pela porta feito um furacão, jogando a bolsa e os sapatos de salto alto em qualquer canto da sala. Me esforço para desviar minha atenção do vestido colado ao corpo, acentuando suas curvas perfeitas ou como o Decote V do vestido deixavam seus seios siliconados à mostra. Mordi os lábios, imaginando que uma recaída hoje não seria nada mal. O que era bastante normal entre nós. Tudo costuma ser bem fácil para os dois. O sexo costuma ter o mesmo magnetismo de quando ainda éramos um casal, temos ideias parecidas e nos entendemos no nosso próprio caos. Se tudo estava tão descomplicado como digo, por que nosso namoro chegou ao fim? Bom, tínhamos acabado de mudar pra cá e começado a faculdade, enquanto a dançarina tinha cada segundo do resto de nossas vidas bem planejadas. Eu queria viver tudo num estilo Zeca pagodinho: deixa a vida me levar, vida leva eu. E para não atrapalhar as escolhas de Carla, resolvemos terminar. O motivo para continuarmos vivendo sob o mesmo teto é simples: Ao longo dos anos, nossa cumplicidade e amizade evoluiu ao ponto de nos sentirmos muito mais felizes e confortáveis vivendo juntos. Cada centímetro dessa casa foi pensada e construída pra nós, sendo ou não, um casal. Sem contar que é bastante econômico. E o fato que eu ainda a amava como um louco, ajudava também. 

Em todas as minhas canções, ela e somente ela continuava a ser a musa no fundo da mente. Por mais que me agradem os sorrisos das minhas fãs, é pelo seu que canto, ainda que os holofotes da fama façam bem ao meu ego e vaidade, tudo que me importa é a sua opinião sobre mim. 

Viro do avesso, se possível, para fazê-la feliz.  

— Qual o defeito do ator caribenho? – Assistindo-a bufar com toda sua impaciência, se arrastando para o sofá ao meu lado. 

— Ele descobriu que tem problemas de fertilidade e para ser sincera,parecia carente demais! Possivelmente ia criar dependência emocional no meu filho, deus me livre! – Prendeu o cabelo longo e escuro num coque, deixando a mostra a borboleta desenhada em sua nuca. 

— Por que não partir logo para uma inseminação artificial? Você nunca vai encontrar o cara que preencha todos os requisitos da perfeição que quer. – Cruzo os braços, relaxado enquanto espero sua resposta. 

— Ah você sabe, sou ansiosa e metódica demais para passar a vida inteira sem conhecer o doador do sêmen, iria ficar obcecada com isso até conseguir uma ficha. Um nome! – Um bico se formou em seus lábios grossos. 

— Tem mais alguém na sua lista de encontros? – De repente, me sinto nervoso. As palavras carregam todo meu receio. 

Eu quero que a resposta seja não! Porque eu não suportaria a dor de vê-la com outro homem para sempre, jamais poderia acreditar na minha tolice em deixa-la ser mãe do filho de outro cara, quando poderia muito bem ser meu.

Já faz um tempo a minha vó vem me azucrinando com a ideia de ter um bisneto pra dar continuidade a linhagem da família Campos Alonzo e eu começava a achar que deveria ter um herdeiro para toda a fortuna que somarei com a minha música ao passar dos anos, não tinha nada haver com a possibilidade de reconquistar Carla através do bebê, que ela tanto desejava. Não!

— Vem cá, por que tanta pressa pra ter essa criança? Cadê aquela mulher que acreditava que as aconteciam no tempo certo e quando tinha que ser? – Dou um meio sorriso, implicando de brincadeira com a determinação dela. 

— Tá aqui. Eu sinto que estou pronta! O momento certo chegou e vai acontecer agora!! Pelo visto, vou ter que partir pro plano B e tentar uma adoção. Não é problema, você sabe, eu mesma fui adotada pela minha família e fazemos campanhas pra ajudar o orfanato em que passei meus primeiros 3 anos de vida... – Seus olhos escuros, vivos e curiosos expressam uma sombra de tristeza. 

— Isso ainda é um assunto difícil pra você, não é? Então realize esse sonho quando se sentir bem, ok? Sabe que se precisar de ajuda, eu tô aqui em todos os sentidos da frase. – Segurei sua mão, puxando para perto de mim. Seu queixo se encaixa em meu ombro, aspiro o cheiro de limão fresco do seu shampoo. 

— sim, sei bem disso! Mas sabe o que ajudaria? Aquele brigadeiro de churros que te ensinei a fazer uma vez, lembra? 

Então, fomos para a cozinha e fizemos a maior bagunça. Voou Leite condensado fake e canela para todos os lados. Vez ou outra, contava uma piada que a fazia rir e morder minha bochecha. 

Logo depois de comer, voltamos pro sofá. Ela se aconchegou no meu peito e dormiu. Fico fazendo um cafuné em sua cabeça até que eu peguei no sono também.

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