Carolina Borges
Depois que saímos da banheira, fico deitada no peito do Bruno e sinto seu corpo tenso. Percebo que ele quer me dizer algo e acredito que esteja com medo. Não quero forçá-lo a falar; quero que ele confie em mim o suficiente para se abrir sem pressão.
— Carol, sei que você percebe que algo está acontecendo. Mas tenho receio de falar e você me abandonar.
Tenho notado ele repetir isso nos últimos dias, o que me preocupa cada vez mais. Jesus, o que pode ser tão grave para toda essa hesitação? Sento na cama, puxo a coberta para cobrir meus seios e olho diretamente para seus olhos verdes.
— Tudo bem, Bruno. Vamos conversar, e você coloca para fora o que está sentindo.
Vejo o quanto ele está nervoso, e minha preocupação aumenta a cada minuto.
— Minha deusa, o PJ me pediu ajuda nas negociações de um problema… uma carga de drogas foi roubada. — Ele fala devagar, como se medisse cada palavra. — O Lucas, o traficante de outro morro, roubou a carga e matou um dos nossos. Jurou mort