NARRADORAAgora ela estava muito mais afiada e poderosa.Saíram do palácio em silêncio, deixando ordens para que ninguém, sob nenhuma circunstância, perturbasse os aposentos reais.—Sinto que está mais pro fundo da selva —disse a feiticeira, apontando para uma área escura sob a sombra das árvores gigantes.—Tem animais perigosíssimos lá dentro. Eu vou na frente —Drakkar se transformou na hora em sua forma de guerra.Lavinia o observou em segredo, impressionada.Mesmo com tudo que Lyra lhe disse, ela sempre achou que Drakkar era um filho perdido de Eryon.Afinal, ninguém nesse continente tinha evoluído sozinho até virar lycan. Mas agora que via com os próprios olhos… eles não se pareciam em nada.Na verdade, com todo o poder que absorveu, Drakkar praticamente precisava empurrar as árvores pra poder passar.Seus passos deixavam marcas profundas na terra úmida, e sua aura selvagem e dominante se espalhava por quilômetros, afastando qualquer ameaça.As bestas abaixavam a cabeça ao vê-lo p
NARRADORA—Mamãe, você também tava lá? Hehe... E o papai, também veio? —Lavinia perguntou pra morena peituda que vinha toda preocupada feito uma galinha atrás do pintinho.Tentou se soltar da mão de Laziel ao redor da cintura, mas ele estava colado nela como cola, mesmo com Sigrid brigando com ele de um lado, entre gritos histéricos e beijos nas bochechas geladas.—Sim, tô aqui, Lavinia. E já vi que vocês não perderam tempo nessa “viagem”.A voz de Elliot soou áspera ao aparecer no vórtice.Os olhos congelantes dele estavam cravados na mão de Laziel na cintura da filha.Lavinia queria se enfiar num buraco... será que conseguia invocar um portal agora mesmo e sumir?Elliot bufou encarando o neto do Rei. Sabia muito bem que aquele Nocturne tinha pensamentos pervertidos com sua Lavinia.Iam acertar as contas em casa.Enquanto Katherine examinava sua filhote e Sigrid corria até a dela depois de encher Laziel de beijos, Silas passou andando ao lado do filho.“Você fez bem em cuidar das fêm
NARRADORALyra rugiu ao sentir que ele soltava sua mão de repente e foi lançado no ar, caindo com um baque surdo sobre a grama.—¡LYRA! —ele rugiu, levando a mão ao peito onde sangrava. Doía, mas não mais do que ver seus pesadelos virando realidade.Ele olhava desesperado para o vórtice, achando que ela os tinha deixado para trás. Khalum uivava, chamando por sua companheira.—Calma, amor, eu voltei… eu voltei —Lyra correu até ele e foi abraçada com força.—Não, não, deixa eu ver o seu ferimento…—¡Eu não consigo passar, não consigo te seguir até sua casa! ¡Isso não vai me deixar ir! ¡¡Essa coisa não vai me deixar sair!!Ele rugiu, rasgando ainda mais o peito em agonia.Lyra jamais se separaria de sua família, e ele entendeu isso no momento em que tocou a barreira: o “Coração da Besta” não podia deixar esse continente.—Papai… vovô… —Lyra olhou com os olhos cheios de lágrimas para os mais velhos.Aldric não entendia muito do que estava acontecendo ou de magia, mas viu todo o amor nos ol
NYX—Aaahh!Um grito me fez despertar de repente, esticando as costas enquanto eu estava sentada num canto escuro.Pra falar a verdade, já estava na hora de sair do meu esconderijo.—O que foi, Mora? Ssshh... abaixa a voz... o príncipe hoje tá de péssimo humor —ouvi duas criadas entrando no depósito.—Parece que tem ratos, encontrei uns cabinhos de fruta —torci a boca.Obviamente, o rato clandestino era eu mesma.O pior é que elas saíram correndo dizendo que iam chamar os guardas.Era a hora de sair.—Maldita seja —rosnei ao ver que a porta de saída estava trancada.Olhei em volta.Era um porão, então não havia janelas numa inspeção rápida.Caminhei depressa até uma lareira no canto.Espiei pelo buraco, olhando pra cima.Levava pra outro cômodo ou talvez pro lado de fora.—Venham verificar e não deixem escapar nem uma!Os passos se aproximavam, seguidos de vozes agitadas.Convoquei minha magia e flui como névoa pela passagem estreita da chaminé, subindo pra um lugar desconhecido.A vi
NYX"Meu nome é Isabella. Vejo que você é uma viajante de outro continente."Fiquei surpresa com as palavras dela."Assim como você, um dia também entrei em outros mundos," ela disse, torcendo a boca com sarcasmo."Digamos que não deu muito certo... Mas essa não é a razão pela qual te trouxe pro meu mundo interior.""Então precisa me explicar logo," falei num tom um pouco frio, preocupada com os acontecimentos estranhos.Ela me contou muitas coisas—algumas nem entendi direito—mas no final, o que ela realmente queria de mim, me deixou meio perplexa."Você quer que eu viva dentro da sua consciência e use minha magia pra te ajudar a levantar e continuar vivendo?" perguntei com incredulidade.Quem é que queria ser “parasitada” por outra pessoa? Mesmo estando nas últimas..."Eu sei que parece loucura… mas faço isso por causa do meu companheiro… Eu preciso de tempo pra me despedir dele… Nyx, eu te imploro..."Ela disse meu nome, que revelei quando nos apresentamos."Não, não, o que tá fazen
VALERIA— Você está... você está certa, Esther? — pergunto com a voz trêmula.Meu coração b**e apressado, cheio de felicidade.— Muito certa, Luna. Você está grávida.— Por que não consegui sentir o cheiro, nem seu pai? — pergunto preocupada.— É muito recente, talvez por isso, dê mais alguns dias e você deverá perceber suas feromonas.Ela responde e eu aceno com a cabeça, com os olhos turvos de lágrimas.Sou a Luna da matilha “Bosque de Outono”.Há três anos me casei com o homem que amo loucamente, apesar de não sermos pares destinados, meu Alfa Dorian.Fiz de tudo para ser a Luna perfeita, o pilar no qual ele possa se apoiar, no entanto, uma sombra opaca meu casamento e era o tema do herdeiro.Nunca consegui engravidar e admito que não compartilho muito a cama com Dorian, mas sei que suas obrigações como Alfa o mantêm muito ocupado e estressado.— Por favor, não conte a ninguém na matilha. Quero surpreender meu esposo.— Fique tranquila, Luna, não direi nada. Parabéns! — ela sorri pa
VALERIAEle me morde com ferocidade na coxa e me arrasta para debaixo de seu corpo, controlando-me sem piedade.Tento resistir, pedir ajuda, minhas mãos sobre meu ventre, tentando proteger meu filhote, mas suas garras, como armas mortais, perfuram minha pele, destroçando todo meu pequeno corpo vulnerável.Preciso levantar os braços por instinto quando suas garras afiadas se dirigem ao meu rosto, e grito em agonia por causa de uma ferida profunda que atravessa minha bochecha desde a testa.Ao deixar minha barriga exposta, ele investiu contra nosso filho.— NÃO! O filhote, não! Por favor, Dorian, MEU FILHO NÃO!As lágrimas caíam incessantemente dos meus olhos enquanto eu o suplicava, mas seus caninos devoravam minha carne, e suas garras procuravam, friamente, nas profundezas das minhas entranhas, arrancar a vida que eu carregava.Não sei quanto tempo durou essa agonia; soluçava, implorando enquanto ainda conseguia falar.A dor em todo meu corpo era insuportável, mas a da minha alma, que
VALERIAOuço gritos estridentes, vidros quebrando, um rugido animal, rosnados de Alfa, luta e disputa.Algo quente espirra em meu rosto e braços, minhas garras destroçam e meus caninos rasgam.Não consigo parar, não posso, a raiva me consome por dentro e grita por libertação.Não sei o que estou fazendo, não tenho consciência de mim mesma, só sei que, quando recupero o controle do meu corpo, a primeira coisa que vejo são minhas mãos cobertas de sangue.Estou de joelhos no chão, ao meu redor tudo é vermelho, destroços e partes do que um dia foi um poderoso Alfa, Dorian.O que eu fiz? O que fiz, por Deus?!Olho para a cabeça arrancada a um metro de mim.Seus olhos amarelados ainda me encaram com pânico, e sinto como meu estômago revira.Vomito ao lado, sem conseguir evitar, enojada por toda essa cena cheia de morte e violência.Fui eu quem fez isso? Aqui não há ninguém mais.Olho ao meu redor, não sei onde foi parar Sophia, só sei que alguém foi jogado pela janela de vidro, que está est