217. EU TEREI TUDO
SIGRID
"Por favor, vá embora, vá embora agora."
Encostei as costas na porta e esperei em silêncio, no meio da penumbra do meu quarto.
Eu me sentia tão mal por ter falado assim com ele. Levei a mão ao peito, com a amargura correndo pelas minhas veias.
Ele não tinha ido embora; ainda estava ao pé da escada, apenas olhando para cima, frio, impenetrável.
Sua aura avassaladora e sombria chegava até a porta onde eu estava recostada, hesitante, mas não ultrapassava a barreira.
Ele estava furioso, eu podia sentir. A aura assassina ao seu redor agitava-se de forma feroz e, depois... nada.
Silas retirou toda aquela energia maléfica e a guardou hermeticamente dentro de si.
Não me deixava perceber nem um vestígio de seus verdadeiros sentimentos, a menos que eu forçasse com minha magia.
Ele voltava a ser como era quando nos conhecemos.
Fechei os olhos, suspirando, e me afastei da porta, sem querer continuar monitorando-o.
Era isso que eu desejava, afastá-lo.
Que ele me odiasse, ou melhor, odiasse