141. DISPUTAS INTERNAS
GABRIELLE
— Não, não, filha, você precisa ter controle absoluto sobre sua magia, não deixá-la escapar por instinto — explico a Valeria enquanto praticamos na sala.
— Não pode esperar até estar em uma situação desesperadora para reagir. Tente agora manifestar suas asas de corvo... não, não... mas sem a transformação completa, apenas as asas.
Passamos um bom tempo praticando. Eu estava determinada a ensinar-lhe tudo o que sabia, o que herdei da minha mãe e da mãe dela antes dela.
— Vamos descansar um pouco. Não se esforce tanto e cuide da bebê — paramos, e logo senti o som de água sendo derramada em um copo.
Pensei que fosse para ela beber, mas sua presença calorosa se aproximou, e o vidro frio foi colocado contra minha boca.
— Beba, você falou muito, seus lábios estão pálidos — minha alma derreteu diante de seus cuidados.
Meu maior medo sempre foi que ela me rejeitasse e me acusasse de tê-la abandonado, mas minha Valeria era boa demais.
— Mãe, eu... quero conversar sobre algo com você