20 - Até o por do sol

O espião praticamente se arrastava, enquanto os pedaços da armadura ressequida esfarelavam-se, caindo de seus ombros como escamas velhas. A mão trêmula apertava o ferimento logo abaixo da costela, por onde o sangue escapava e encharcava a camisa suja de terra e contaminada pelo veneno sobrenatural.

Encontrou um tronco de árvore um pouco menos afetado pela doença que assolava as outras árvores daquela região. Encostou-se nele, arquejando, e rasgou parte da camisa para examinar melhor o estrago.

 Talbo nunca fora homem que se queixasse de dor. Desde que havia se tornado um ordenado, era conhecido por suportar castigos que fariam outros homens desmaiarem. Seu corpo fortalecido pela combinação de elementalismos da água e da terra praticamente ignorava dor, doença e envenenamento.

Naturais, ao menos.

Tateou o corte feio e coagulado que tinha logo abaixo do diafragma, à direita. O ferimento havia necrosado em menos de três horas. A pele morta,

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