A simples menção de Ariel faz com que seu corpo estremeça violentamente. A vergonha a consome como ácido ao pensar em seu marido, em suas mãos tocando-a, em seu olhar sobre ela. Já não se sente digna de seu amor, de suas carícias. Sente-se suja, manchada, quebrada.
—Não quero que você diga nada ao meu marido, vamos, papai, por favor! —implora novamente. O terror se reflete em cada fibra de seu ser. A desolação se reflete em seu rosto pálido como a morte, enquanto seu olhar se move aterrorizado ao redor. A ideia de que alguém mais descubra sua violação a paralisa, a afoga. Imagina os olhares de pena, os sussurros às suas costas, o estigma que a perseguirá para sempre. Não conseguiria suportar. —Leve-me com mamãe, preciso de mamãe —súplica, agarrando-se à única pessoa que sente que poderia entendê-la sem julgá-la—. Meu irmão, não diga a ninguém onde estou, prometa, nem mesmo a Ariel. Seu corpo treme incontrolavelmente, como uma folha aço