Capítulo 48 – O Confinamento das Cortinas
A carruagem avançava em ritmo constante pela estrada, sacudindo levemente a cada pedra que cruzavam. Lá dentro, o espaço fechado era iluminado apenas por uma lamparina pequena, presa no gancho de madeira no teto, lançando sombras suaves sobre as paredes acolchoadas. As cortinas pesadas estavam fechadas, abafando qualquer som externo e isolando completamente os dois ocupantes no interior.Rudbeckia mantinha-se sentada com as costas eretas, as mãos cruzadas no colo, os olhos fixos nas frestas da cortina ao seu lado. Mesmo sem ver muito, preferia olhar para fora a encarar Alastair. Ainda sentia a tensão no corpo — física, emocional — e tentava manter o controle da respiração. Mas era difícil com ele ali, tão perto.Alastair, por sua vez, não escondia a postura relaxada. Estava reclinado no banco, uma das pernas cruzadas e os olhos fixos nela, como se não tivesse mais nada no mundo que exigisse sua atenção.—