Capítulo 2
Vicente Miller narrandoEuestava no meu quarto arrumando a minha gravata em frente ao espelho, hoje era odia da palhaçada que o meu pai tinha criado para o bem da empresa, no começo eutinha discordado com esse casamento, mas no final seria apenas um casamento porcontrato que uniria as duas famílias, nossa empresa precisava disso, porquesenão ela acabaria indo a falência. Eu não queria me envolver com ninguém apósa morte de Raquel, ainda mais ter que me casar.— Seu pai está perguntando se você está pronto, ele não quer chegaratrasado – Minha mãe fala entrando no quarto.— Estou, já vou descer.— Ótimo. Estamos te esperando no carro. – Eu assinto com a cabeça eela sai do quarto.Eucoloco meu relógio no pulso e pego meu celular em cima da cômoda do quarto, pormais que eu ainda ache que tudo isso era uma grande palhaçada, eu entendo comoseria bom os negócios para a família, mas era claro que se eu pudesse, eu nãoiria até esse jantar e nem mesmo assinaria qualquer papel me casando com uma totaldesconhecido, cujo o histórico dela na sociedade é bem curiosa e irrelevante.— Achei que teria fugido – Meu pai fala em um tom irônico.— Confesso que me dar vontade, acho bom já ter preparado um quartopara ela, porque na minha casa ela não vai ficar.— Você nem a conhece ainda – minha mãe fala – quem sabe vai te fazerbem Vicente ter a companhia de uma linda jovem.— Não estou desesperado e nem a procura mamãe para me interessar poralguém que irei me casar por contrato.— Você não pode ficar falando dessa forma – meu pai resmunga – Vocêsabe que precisamos desse casamento, nossa empresa está indo a falência –Entramos no carro e eu sempre dirijo e meu pai vai de carona.— Ela é linda, é uma jovem super atraente, você vai gostar dele – Minhamãe afirma.— Eu conheço muito bem o histórico dela, não esqueça que as redessociais estão aí para isso. – eu afirmo – E sobre a empresa eu já disse quepodemos tentar reerguer ela de outra forma.— Ela foi meio problemática, mas isso todo mundo esquece – Meu paifala – esse casamento será bom para todos, é a única forma de voltar ativa nomeio dos negócios milionários.— E quem sabe vocês ainda não se apaixonam? – Minha mãe fala –quando ver esse contrato nem acaba.Euprefiro não responder esse comentário e apenas sigo dirigindo, eu só amei umapessoa na minha vida que foi a minha esposa Raquel.Assim,que chegamos na casa do empresário Raul Miller, era uma casa muito bonita e eleveio na porta nos receber.— Grande Mauro e Vicente – ele fala nos cumprimentando – A senhoritaSara sempre muito bonita – ele beija a mão da minha mãe.— O senhor sempre muito gentil – ela fala sorrindo levemente paraele.— Estamos ansiosos para conhecer finalmente a sua filha – meu paifala – não é mesmo Vicente?— Claro – eu respondo – E onde ela está?— Ainda está se arrumando, acabei de subir para avisar que chegarãoquando eu vi o carro e ela já está finalizando de se arrumar, sabe como é asmulheres, Maya é uma moça muito vaidosa.— E muito bonita – Minha mãe fala— Fiquem a vontade, vamos sentando – Raul fala – Estou feliz poressa noite, tenho certeza que essa união irá nos trazer muitos frutos.— Eu concordo – Meu pai fala – E Vicente também, não é mesmo?— Claro – eu falo aceitando a taça de vinho que uma moça muitosorridente e delicada oferece – Será um grande avanço para as empresas.— Maya está um pouco assustada com a ideia do casamento, mas tenhocerteza de que quando se conhecerem, vocês vão se dar muito bem. – Raul fala.— Sua filha é uma jovem muito bonita, já vi ela em alguns chásbeneficentes – Minha mãe fala – Será uma ótima esposa e uma nora espetacular.— E quem sabe mais para frente não vem os netos – Meu pai fala rindoe eu o encaro com um olhar de desaprovação.Todomundo aqui sabe que esse casamento é por contrato para unir duas empresas, paraque ninguém saia perdendo, não existe a possibilidade de filhos ou até mesmo umrelacionamento saudável entre nós dois, seria algo que seria apenas porcontrato e para alimentar os olhares dos curiosos.Olhopara escada e vejo aquela moça descendo por ela, com um vestido azul quemarcava seu corpo, não poderia se negar que ela era bonita, os seus cabelosnegros batendo na altura da bunda, os seus olhos castanhos que destaca em suapele clara, ela nos encara.— Deixa eu apresentar a minha filha – Raulfala se aproximando dela – Essa é a Maya – ele pega na mão dela e eles vem maisperto de nós – Esse é Raul e Sara os seus futuros sogros e esse é VicenteMiller.Elapara na minha frente me olhando de cima á baixo, o seu olhar era penetrante eeu a encaro.— Boa noite Senhorita Maya – Eu falo dandoum belo sorriso para ela.— Acredito que não seja um boa noite paraninguém aqui – Ela responde e eu arqueio a sobrancelha para ela, ela encara oseu pai que o encara com raiva escancarado em seu rosto.— Acredito que os dois vão ter muito o que conversar essa noite –Meu pai fala – Por que você não nos mostra Raul o lindo jardim de sua falecidamulher e deixamos eles conversarem?— Para que? – Ela pergunta – Esse casamento é um contrato,precisamos apenas sorrir enquanto estiver com outras pessoas, não é mesmo?Acredito que você não queira casar comigo e eu muito menos com você, então nãosei por que toda essa cerimonia, é só dizer sim em frente as câmeras, tirarfotos bonitas em uma falsa lua de mel. Não é mesmo papai? – ela encara ele.— O seu humor é uma graça minha filha – o pai dela fala.— Então vamos jantar para que isso acabe logo de uma vez – ela falase dirigindo a sala de jantar.Opai dela, o meu pai e a minha mãe ficam totalmente sem reação e eu apenasrespiro fundo vendo que esse casamento seria a maior furada da minha vida.