O CONTRATO DE CASAMENTO INDESEJADO
O CONTRATO DE CASAMENTO INDESEJADO
Por: PalomaKemm
1

Capítulo 1

Maya Gusmann narrando

O dia do noivado

Estava

um dia nublado lá fora, sem cor nenhuma, um dia cinza com uma chuva fina caindo

pelas folhas das árvores, a casa estava cheia, tinha que ficar tudo preparado

para hoje a noite, era um grande dia segundo o meu pai e para mim, era um dos

piores dias, tudo que antecederia esse casamento seria assim, cinza e sem vida.

Até o casamento ainda tinha alguns dias e hoje era apenas o jantar oficial do

noivado, apenas o jantar oficial de um noivado que eu não fui comunicada ou

muito menos ouvida se eu queria ou não.

Meu

celular toca e era mensagem de Jonas, eu deixo para responder mais tarde, não

tinha coragem de responder a ele que não consegui enfrentar o meu pai ainda. Eu

respiro fundo e desço as escadas que chega na sala, escuto a voz do meu pai

falando no telefone vindo do escritório dele, eu caminho até o escritório e

abro a porta que está entre aberta, ele estava convidando alguém com um sorriso

no rosto para essa noite, todos estão felizes, menos a pessoa que seria

obrigada a noivar essa noite, sem ao menos ter trocado uma palavra com o meu

futuro marido.

—    Papai – eu chamo por ele, mas ele continua falando no telefone.

—    Depois se falamos – ele fala no telefone e logo desliga – o que

ouve Maya? Não deveria estar se arrumando?

—    O senhor nunca perguntou o que eu queria – ele me encara – se eu

queria me noivar, me casar com esse homem que é totalmente estranho para mim.

—    Você precisa entender que esse casamento é importante para nossa

família, para a nossa empresa. Maya – ele fala se aproximando – as vezes precisamos

renunciar a muitas coisas.

—    Papai, eu não quero me casar com esse homem, eu não o amo, mamãe

quando estava viva sempre disse que eu deveria me casar com alguém que me

fizesse feliz.

—    E quem te faz feliz? – meu pai me pergunta – aquele dono

de bar falido? – eu o encaro e respiro fundo.

Eu resolvo não responder ele, fico em silêncio e ele continua

falando mal de Jonas, depois ele pega e sai do meu quarto e eu limpo as

lágrimas que desce sobre meu rosto.

Eu

me olho para o espelho que tinha no escritório do meu pai e limpo as lágrimas

que estava descendo sobre o meu rosto. Eu subo para o quarto onde encontro

diversas pessoas me esperando, desde cabelereiro, maquiagem a costureira.

—    Senhora Maya, precisamos começar, se não ficará pronta até a hora

do jantar – A costureira fala.

—    Claro – eu respondo e me sento na cadeira.

Estava

cansada de ter a minha vida mandada pelo pai, ele ordenava tudo que eu tinha

que fazer, eu não poderia ter as minhas próprias decisões, era horrível me

sentir dessa forma, me sentir presa a decisões dos outros, não poder  decidir, a maquiadora para de fazer a

maquiagem porque era inevitável evitar que as lagrimas descia sobre o meu

rosto.

—    Eu espero para finalizar – ela fala me encarando.

—    Obrigada.

Depois

de um tempo ela recomeça a maquiagem e meus pensamentos vão em Jonas, ele tinha

me prometido que arrumaria uma forma de me impedir de casar-se com Vicente e

prometeu que a gente ficaria juntos, mas nessa altura do campeonato eu já acho

que seria impossível arrumar uma forma de me livrar desse casamento arranjado

que era uma coisa tão antiga e em pleno século 21 eu estava sendo obrigada a me

casar com um homem que eu nunca vi na minha vida por causa dos negócios da

família.

—    Você está pronta? – Meu pai fala entrando no quarto e a costureira

estava terminando de ajustar o meu vestido. – Você está linda. – Ele fala

abrindo um sorriso em seu rosto e eu o encaro – Você é muito parecida com a sua

mãe.

Eu

me mantenho em silêncio apenas encarando o espelho na minha frente.

—    Estamos finalizando de ajustar – A costureira fala depois de ver o

meu silêncio – ela já vai estar pronta.

—    Vicente já chegou, não demore Maya – a sua voz rouca ordena antes

dele sair fechando a porta do quarto.

—    Você está linda – A costureira fala me olhando.

—    Obrigada – eu respondo com um tom de voz baixo e sem emoção.

Eu

saio do quarto e começo a descer as escadas , conforme eu vou descendo consigo

ter visão daqueles dois homens e de uma mulher sentada na sala e quando um

deles me ver se levanta automaticamente fazendo todos se levantarem, inclusive

meu pai.

—    Deixa eu

apresentar a minha filha – meu pai fala – Essa é a Maya – ele pega em minha mão

quase me obrigando a andar mais perto deles – Esse é Raul e Sara os seus

futuros sogros e esse é Vicente Miller.

Aquele homem

trajando um terno preto, um perfume cheiroso, com o cabelo bem arrumado, os

olhos verdes me encaram de cima a baixo e eu faço o mesmo por ele, não é

possível que eu serei obrigada a me casar com um homem como esse.

—    Boa noite

Senhorita Maya – ele fala me encarando e eu o encaro.

—    Acredito que não

seja um boa noite para ninguém aqui – eu respondo para ele e ele arqueia a

sobrancelha me encarando. Meu pai me olha com um olhar de desaprovação.

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