Everton Narrando
Eu já não dormia direito fazia dias. Toda vez que fechava os olhos, o rosto da Priscila me vinha à mente — assustada, confusa, tentando manter a força mesmo quando tudo parecia desabar ao redor dela. E o pior de tudo era saber que a culpada por isso tinha nome, sobrenome e a audácia de continuar tentando destruir tudo o que a gente construiu.
Sophie.
Eu aguentei demais. Aguentei chantagem, ameaça velada, manipulação. Me envolvi com ela num momento de fraqueza, eu admito. Mas ela fez daquilo uma arma, uma maldição. E agora estava usando tudo o que podia pra atormentar a mulher que eu amo. Isso passou dos limites.
Priscila tava tentando seguir a vida dela, cuidar do filho, trabalhar em paz... E a Sophie surgia como um vírus, sempre disfarçada, sempre sorrindo nas sombras. Mas eu a conheço bem. E sei do que ela é capaz. E talvez por isso eu esteja chegando nesse ponto. Um ponto sem volta.
Hoje, enquanto dirigia sozinho, o silêncio do carro parecia gritar comigo. Eu não