Estevão Narrando
Eu não sei nem explicar o que eu tô sentindo. Parece que meu peito vai explodir. A sensação é como se eu tivesse ganhado o mundo inteiro embrulhado num body minúsculo com a frase mais linda que eu já li na vida: “Você vai ser papai.”
— Mano... — falei com a voz ainda embargada, batendo nas costas do Antony enquanto a gente descia junto — eu vou ser pai, cara! Tu tem noção disso?
Antony sorriu de canto, com aquele jeito mais contido de quem sente junto, mas não é de fazer alarde.
— E vai ser um pai foda, irmão. Tô feliz demais por vocês.
— Eu juro que achei que ia demorar, tá ligado? E do nada... BOOM! A mulher manda uma caixinha no meio do almoço!
Ele riu.
— A Ana Kelly não é básica, tu devia saber disso.
— Não é mesmo... e a Karen, mano? Minha mulher vai ser mãe! — falei isso e senti meu corpo arrepiar.
A gente entrou no elevador, e eu só pensava nela. Na Karen. No jeito que ela sorriu quando me entregou aquela caixinha, tentando disfarçar a ansiedade. No quanto ela