Gustavo é bem sucedido, cheio de projetos e acostumado a ter o controle de tudo, até que um dia ele sofre um grave acidente e vê a morte de perto, o que o faz rever suas prioridades na vida. Ele decide mudar de cidade para refazer seus planos e descansar.Aproveita o fim de ano e a chegada do Natal e se muda para uma cidade pequena, longe de todo o estresse.Beatriz tem uma grande responsabilidade. Criar seus irmãos mais novos e cuidar do pequeno negócio familiar que ficou sob a responsabilidade dela após a morte de seus pais. Inocente, correta, honesta e trabalhadora, nunca teve experiência com um homem como ele, cheio de vontades e dominador.Está acostumada ao trabalho pesado, mas não tem noção nenhuma quando se trata de homens. Sua vida sempre cheia de obrigações é voltada para a família.Um mal-entendido acontece e os une e eles acabam se envolvendo. Porém eles são diferentes demais e por vezes se estranham. Será que ambos poderão superar seus problemas?
Leer másSua noite já estava bem sem graça, apesar das tentativas de Margô de atrair sua atenção o tempo todo. E agora estava ficando pior ainda, era só o que faltava para deixar sua noite mais sem graça do que já estava. Ficar atolado no meio da estrada.
Margô era bonita, educada até, mas era tão fresquinha e cheia de manias que ele já tinha se arrependido de ter aceitado o convite para sair com ela vinte minutos depois de chegarem á festa na casa de um amigo dela. Só tinha aceitado para ficar mais por dentro de como aconteciam as coisas ali na cidade.
Ele tinha se mudado há poucos dias para Torres e estava em um hotel próximo do centro, assim ficava mais fácil de caminhar pelo local e ver como tudo funcionava ali.
Torres era uma cidade pitoresca e pequena. Ele nunca tinha estado ali e gostava de se enturmar com os locais para entender melhor a vida na cidade. Era um costume que tinha desde que começou a andar pelo mundo, perseguindo seu sonho.
Ele tinha conhecido Margô no terceiro dia em que chegara em Torres e claro que não iria rejeitar o convite de uma garota tão bonita e educada como ela, ainda mais que queria conhecer mais pessoas da cidade para ficar por dentro de como as coisas rolavam por ali, já que tinha intenção de ficar por Torres, caso ele gostasse mesmo do lugar.
E Margô tinha muitos contatos, sendo de uma família rica e antiga da cidade.
Ele estava indo rápido demais, querendo logo chegar na casa de Margô para terminar o encontro. A rua estava começando a formar uma camada de neve, mesmo com o carro de limpeza passando o tempo todo. Isso e a pressa dele, fizeram os pneus do carro deslizarem e acabou no canto da pista, atolado.
Ficou impaciente porque não poderia pedir a ela que descesse de saltos altos e com aquela roupa cara para empurrar o carro e suas costas doíam. Isso o incomodava muito.
Ele ainda estava tomando muitos medicamentos para as dores que o incomodavam, mas sabia que isso iria demorar um tempo. A equipe médica já o avisara disso.
E foi bem na hora em que fazia uma curva mais aberta que suas costas deram uma fisgada forte e ele apertou o volante com força, tentando não soltar uma exclamação de dor.
Acabou perdendo a curva e ali estavam eles, enfiados na neve branquinha e fofa. De nada adiantou ter um carro possante agora. Ele tentou sair, mas os pneus deslizavam e só afundavam mais ainda o carro.
Começava a se irritar com isso. Até porque Margô não ficava calada e nem parecia perceber a situação.
Olhou em volta buscando um ponto de referência. Desceu para ver melhor e analisar a situação de fora.
Não havia mais ninguém por perto e ele decidiu aguardar um pouco até tentar retirar o carro de novo, mas quando entrou no carro e Margô começou a falar suas futilidades como se estivessem na sala da casa dela e não presos nas neve, ele preferiu sair de novo e tentar desatolar o carro, nem que fosse sozinho. E com as costas doendo.
Escavou um pouco a neve em volta dos pneus. Por sorte sua luva de couro era de qualidade e grossa, protegendo suas mãos.
Por sorte também, não demorou em aparecer alguém.
Um instante depois ele viu que havia uma pessoa que se aproximava de cabeça baixa pela estrada. Pecebeu se tratar de um rapaz franzino, mais baixo do que ele, mas sua ajuda serviria para retirar o carro do lugar.
Detestava pedir ajuda aos outros e menos ainda para pessoas que ele não conhecia, mas o momento pedia isso. Não poderia ficar mais tempo travado ali.
Não iria aguentar o frio da neve e tinha dúvida se teria saco para a conversa de Margô por mais tempo. Esperou que o rapaz chegasse perto.
— Ei... Será que pode me dar uma mão e me ajudar a sair daqui? – gesticulou mostrando o pneu — Margô, passe para o banco do motorista. Vamos tentar empurrar.
Beatriz vacilou um momento. O homem pelo jeito não tinha percebido que era uma mulher. Tudo bem que estava um pouco escuro e a neve que caía atrapalhava a visão.
Mas será que ela não parecia uma mulher?
Tinha trabalhado todo o dia e por azar seu carro estava lá atrás na estrada, quebrado também. O dele era só sair do atoleiro.
Estava usando um velho casaco de couro marrom que pertencia ao irmão mais novo, Bruno. Por baixo um moleton cinza que já tinha visto dias melhores, um par de botas grossas e luvas para aquecer suas mãos.
Estava frio demais. Apesar de estar acostumada com esse clima, não podia negar que o frio muitas vezes a incomodava.
Mas realmente ele precisava de ajuda para sair dali. E logo a neve ficaria mais alta. Não poderia deixar de ajudar, apesar dele ter chegado de modo até um pouco rude. Afinal, ele nem mesmo prestou atenção nela e não esperou que lhe desse uma resposta.
Ele apenas assumiu que iria ajudar e pronto. Isso foi um tanto arrogante da parte dele, mas sempre gostava de ajudar aos outros. era algo que já estava nela, crescera assim.
Se aproximou do carro, não sabia que modelo era, mas dava pra ver que era caro e novo. Tinha deslizado para fora da pista e estava enfiado na neve, meio torto na lateral da estrada e por pouco não acertou uma árvore que havia ao lado.
O homem se posicionou perta dela e meio sem querer acabou se afastando. Foi uma reação natural.
— Margô, ligue o carro - gritou.
Nesse instante Beatris deu uma olhada rápida nele. Vestia um sobretudo escuro, sapatos de bico fino e luvas grossas de couro. Ele colocou as mãos sobre o carro e ela fez o mesmo.
A lataria estava fria, é claro, bem fria e cheia de neve já se acumulando. Ela limpou um pouco para ter mais apoio.
— Vamos cara, empurre comigo - ele disse — Faça força.
Ela não gostou do modo como ele falou, achou-o mandão.
— Vamos, rapaz. Não seja mole – rosnou — O carro não vai sair sozinho. Força!
Margô pisou no acelerador e os pneus giraram rápido deslizando na neve que agora virava uma papa de lama com o atrito das rodas. Ela tentou, estava fazendo força, o máximo que podia, mas o carro era pesado e grande demais.
O homem rosnou de novo, forçando o carro para a frente.
Beatriz queria ir embora, mas não ia desistir agora. Ela pisou forte e apoiou as botas melhor, pegando um apoio a mais e encostou o peito na traseira do carro, empurrando de novo.
Ambos fizeram um esforço grande em conjunto. O carro balançou de um lado para outro, começando a deslizar para fora da lateral e finalmente se mexeu.
— Vamos... Isso... Está indo... - fez força — De novo... Está saindo... Empurre.
O carro era um Mercedez. Com Margô acelerando e os dois forçando juntos, o sedã deslizou um pouco mais e como era um carro potente as rodas giraram rápido, saindo do atoleiro.
Com isso a neve foi jogada para todos os lados, se espalhando por eles. Sujou as calças e sapatos dos dois. Pelo menos saiu do canto cheio de neve e continuou um pouco mais adiante e parou.
Ela aproveitou a calma depois de comerem enquanto estavam ainda na cozinha e revelou que Margô a tinha procurado dois dias antes do casamento.— O que? - ficou surpreso — Que diabos ela queria agora? Pelo amor de Deus...— Calma - levantou a mão — Na verdade ela só queria me pedir desculpas por tudo, inclusive do passado - torceu a boca — Ao que parece o acontecido no restaurante chegou ao ouvido do pai dela e eles tiveram uma grande discussão.— E o que houve com ela?— Bem, parece que o pai dela deu uma chance para ela mudar ou irá sofrer as consequências - mexeu o ombro — Ele disse que ela vai ter que provar que merece a heran&ccedi
Queriam aproveitar a vida, os novos rumos e até ajudar os irmãos dela a se organizarem antes de embarcarem nessa jornada de filhos.Ela tinha ido a uma ginecologista, feito exames e estava tudo bem fisicamente. A médica receitou anteconcepcionais injetáveis para ela, mas ficou acertado entre eles que ela não os usaria por muito tempo. Que ele também usaria proteção por um período, assim ela não teria uma carga a mais de hormônios em seu organismo. Uma coisa que ela esperava não mudar era isso. Eles estavam conversando sobre tudo para decidirem juntos o que fazer. Só esperava que os dias e a rotina não acabassem mudando isso. O tempo ás vezes consegue afastar um casal.Mas era algo que só
Gustavo aproveitou a ajuda de Bruno para adiantar ao máximo as reformas da casa nova que não eram tantas assim, pois estava tudo em excelente estado. Foi apenas para colocar de acordo com os gostos pessoais deles. A casa de hóspedes que ficava na área de lazer ficou para os dois irmãos que simplesmente adoraram a ideia. Quando puderam eles levaram alguns pertences logo e o resto ficou para uma equipe de mudança e outras coisas eles compraram novas para preencher as necessidades e vontades. No começo Beatriz ficou um pouco travada em gastar seu dinheiro, mas depois acabou entendendo que isso não seria nenhum problema ou errado. E que eles agoram eram como uma equipe, tudo junto. A reforma da casa onde moravam iria de
Ela ficou com o olhar de raiva e vergonha o encarando e após um instante se virou para Beatriz.— Não acredito que ainda vai se casar com um mentiroso covarde que não diz a verdade.— Margô, eu sinto pena de você - o rosto da outra ficou rubro _ É uma pena que não aproveite bem a vida com todos os recursos e chances que tem - balançou a cabeça — Se tem alguém mentindo aqui, é você. Seria melhor que nos deixasse em paz. E não volte a ofender Gustavo e nem pense em sair por aí o difamando - alertou — Se dê ao respeito.— Se for preciso - ele disse calmamente — Eu processo você por calúnia e difamção. E se continuar a perturbar minha noiv
Gustavo decidiu que eles deveriam sair para comemorar a novidade com os irmãos, já que eles não estiveram presentes no pedido.Esperou até que eles se trocassem e foram a um restaurante novo. O local era muito bonito, todo em madeira e com muitas árvores, como se fosse um grande jardim. — O que foi, querida? - apertou sua mão.— Ah... Não é nada realmente - suspirou apertando a mão dele de volta — Fico feliz que meus irmãos estejam aqui comigo, mas me bateu uma saudade forte dos meus pais. Queria que eles estivessem aqui.— Eu te entendo - alisou a costa de sua mão — De certa forma eles estarão representados
— Que anel? - Bruno perguntou.— Eu dei um anel de comrpomisso á sua irmã quando a pedi em casamento. De novo, foi inesperado o modo como aconteceu.— Hum... Sei bem - entortou a cabeça — Imagino - ela ficou vermelha e ele riu _ Ah vá, tudo bem por mim. Parabéns aos dois!Eles se abraçaram todos juntos e Beatriz ficou ainda mais emotiva. Recomeçou a chorar e Bruno começou a rir e zombar da cara dela, seguido por Bianca.Dizia que iria inchar e ficaria como uma porca rosada.— Só não te bato porque é bem isso mesmo - ela riu.Felizmente, o ma
Último capítulo