Capítulo 62 — Princesa do Inferno
Narrador:
Sasha endireitou-se no sofá, com os olhos fixos em um ponto invisível à sua frente. Sua respiração estava ofegante, suas bochechas estavam vermelhas, mas ela não chorava. Agora ela ardia.
— Não quero fingir — disse ela, com voz baixa, mas firme — Não quero ter que agir como se isso não me importasse, não quero fingir que não dói. Não vim a este mundo para implorar. Vim para reivindicar o que é meu por direito.
Marcelo soltou uma risada breve, seca, quase divertida. Aproximou-se calmamente do balcão, serviu dois dedos de uísque em um copo de cristal e então sentou-se ao lado dela, cruzando as pernas com a naturalidade de quem está em seu território.
—Neste mundo, minha querida Sasha... —disse ele, girando o copo na mão—, o direito não é próprio.
O direito se ganha, se luta, se conquista ou se arrebata. — disse ele com um gesto tranquilo, quase paternal, mas seus olhos brilhavam com uma centelha que dizia outra coisa. Experiência, talvez, ou si