Quando Aurora abriu os olhos, viu Heitor sentado à beira da cama, imóvel, observando ela intensamente. Seus olhos profundos transbordavam emoção. Ao redor dos olhos, círculos escuros eram evidentes, assim como as veias salientes.
Aurora estendeu a mão e acariciou gentilmente a bochecha de Heitor e disse, com sua voz rouca de quem tinha acabado de despertar:
— Você não dormiu a noite toda?
Heitor sorriu e beijou o dorso da mão dela.
— Faz alguns dias que não te vejo, senti sua falta e não queria dormir.
Aurora, formada em direito, era rápida em captar qualquer pequeno detalhe. Ela sabia que os dias com Heitor seriam prolongados e que a falta de sono por alguns dias de separação não fazia sentido.
Ela se levantou da cama e agarrou a gola da camisa de Heitor, seus olhos, úmidos e avermelhados, se fixaram nele.
— Heitor, quantas vezes mais tenho que dizer que, não importa o que aconteça, não devemos nos separar? Você está arrependido?
— Au.
Heitor a abraçou, beijando sua testa.
— Não pen