O cigarro entre os dedos já se consumia até o fim e cinzas incandescentes caíram na palma de sua mão, mas ele não sentiu dor alguma.
Após conversar com Igor, Aurora saiu e se deparou com a figura solitária de Heitor.
Ela se aproximou dele e, com voz suave, perguntou:
- Heitor, aconteceu algo?
Ao ouvir sua voz, o coração de Heitor estremeceu, ele rapidamente apagou o cigarro que segurava, esboçando um sorriso em seu rosto melancólico:
- Não, apenas senti vontade de fumar, desculpe, serei mais cuidadoso. - Ele a puxou gentilmente para seus braços, beijou o topo de sua cabeça e falou com uma voz rouca de cansaço. - Vou ver como está a vovó em casa, descanse bem, volto logo.
Aurora sabia, sem precisar pensar, que a visita à avó era apenas uma desculpa, o verdadeiro motivo era confrontar Solange.
Ela deduziu que Heitor havia descoberto que a grave doença de seu pai estava relacionada a Solange.
Aurora olhou para ele com uma expressão de pena, tocou levemente suas sobrancelha