Rabisquei um bilhete para Aiden, dizendo que ia encontrar uma amiga. Não queria ligar e incomodá-lo. Ele não era meu namorado de verdade, não é? Só um namorado de mentira.Peguei minha bolsa e o celular antes de sair do apartamento. Estava vestida com uma legging simples e uma blusa soltinha que descia até a metade das minhas coxas.Peguei o ônibus em direção ao meu destino. Sempre gostei de andar de ônibus. Parece que dinheiro não compra toda a felicidade, afinal. Gosto de conhecer gente nova e também de reencontrar velhos conhecidos. No caminho, cumprimentei algumas pessoas que já conhecia, passando por ruas familiares.— Ivy, olá! — ouvi alguém chamar.Meus olhos encontraram os de Daniel, um espanhol que conheço desde o meu primeiro dia aqui. Ele é dono de uma linda floricultura e, desde então, sempre foi gentil comigo.Daniel era bonito, com pele morena, sorriso encantador e olhos azuis que pareciam sempre brilhar.— Faz tempo que não te vejo Ivy. Você se esqueceu do velho Dani, p
AIDEN WOLFE Cuidei de tudo no escritório o mais rápido que pude. Não era normal para mim ser tão apressado com coisas importantes, mas hoje... hoje eu queria passar o resto do domingo com ela.Minha Ivy.Desde que aquela garota entrou na minha vida, meus dias nunca mais foram os mesmos.Peguei as chaves do carro e fui direto para casa, ansioso para vê-la. Já conseguia imaginar sua expressão surpresa ao me ver tão cedo. Talvez ela sorrisse, com aquela timidez que me desmontava por dentro.Abri a porta da cobertura, pronto para encontrá-la... mas o apartamento estava silencioso.Franzi a testa enquanto caminhava pela casa, no balcão da cozinha, encontrei um pequeno pedaço de papel dobrado. Meu nome rabiscado em letras apressadas no topo.Peguei o bilhete e li:“Oi, Aiden. Fui encontrar uma amiga. Não quis te incomodar com uma ligação. Volto logo.— Ivy”Fechei os olhos por um momento, respirando fundo. O bilhete não tinha nada demais, mas uma irritação fria deslizou pelo meu peito.Is
Ela estacionou o carro em frente ao prédio dele, soltando um suspiro pesado. Me virei para Nora, sorrindo ao abraçá-la com força.— Me diverti muito de novo, Nora. Obrigada. — disse, sentindo meu coração apertar com o fim do dia.— Eu também... — ela respondeu, retribuindo o abraço — Mas vou sentir falta dos nossos fins de semana juntas.Sorri, tentando soar normal.— É só me ligar que eu venho correndo. E, olha... se você não conseguir aquele encontro com o Daniel, eu vou te empurrar. Vai e namora com ele, Nora. Você gosta dele, e ele gosta de você. Então, qual é o problema?Nora hesitou, mordendo o lábio inferior.— Eu... eu tenho medo que ele parta meu coração. Meu último relacionamento terminou tão mal... — confessou com a voz trêmula. — Não sei se consigo confiar em mais ninguém. — Vê-la é como me olhar no espelho.Apertei sua mão.— Nossa... aquele idiota não se compara ao Daniel. Ele foi um babaca, Nora, mas agora você tem uma chance de ser feliz de verdade. Vai lá e agarra ess
Acordei com a cama vazia. O som da água parando no banheiro indicava que ele acabara de sair do banho. Olhei para o relógio: seis da manhã. Ele era o CEO, afinal, e pontualidade era uma obrigação.Pouco depois, ele surgiu, o próprio Diabo em carne e osso. Pegou seu terno cinza, com calças combinando e uma camisa branca por baixo. Observei, hipnotizada, enquanto ele se vestia. Cada músculo parecia flexionar sob o tecido enquanto ele abotoava a camisa.Vestiu o paletó com um movimento, depois amarrou a gravata com a mesma agilidade. Então, virou-se repentinamente e nossos olhares se cruzaram. Seus olhos castanhos brilhavam com ironia. Ele deu um sorriso torto e caminhou até mim.— Terminou de me olhar, Ivy? — perguntou, com a voz provocante.— Eu... eu... — gaguejei, sem conseguir encontrar palavras. Ele me puxou da cama e colou seus lábios nos meus, reivindicando-os em um beijo doce e possessivo. — Agora sim — murmurou contra minha boca — isso é algo a que eu posso me acostumar. — Bei
Caminhei até o departamento de marketing e logo avistei o Ícaro.— Senhor Mendes— chamei, com um sorriso.Ele se virou e retribuiu o gesto com um sorriso gentil, algo raro de se ver ultimamente.— Ah, não seja tão formal, Ivy. Sou apenas Ícaro para todos que trabalham comigo. — respondeu com naturalidade.Assenti, sentindo um certo alívio. Aquele ambiente era muito mais acolhedor do que o escritório frio e silencioso de Aiden.— O senhor Wolfe solicitou os relatórios da Star International — informei.Ícaro pegou o telefone, ligou para alguém e pediu que trouxessem o arquivo necessário. Em seguida, voltou-se para mim.— Vamos todos almoçar num lugar aqui perto. Você gostaria de se juntar a nós?As palavras de Aiden se repetiram na minha mente: “lembre-se de que você está indo lá apenas para pegar os arquivos. Não para fazer amizade com Ícaro. ” Que se dane.— Eu adoraria. — respondi com um sorriso.— Ótimo. Então nos encontre no saguão em uma hora. — disse ele.Assenti, peguei o arquiv
Aiden soltou minha mão e, quando olhei, vi as marcas vermelhas que ele deixara com seus dedos. Tinha apertado com tanta força que ainda doía. Ele me encarou com raiva.— O que há de errado com você? — disparei.— Por que isso ainda não está arquivado corretamente, senhorita Carter? — perguntou, ríspido.— Eu... eu ia falar com o senhor depois do almoço — respondi, nervosa, tentando manter a compostura.— Eu não te pago para deixar de lado quando entrego um trabalho. Espero que termine, não que largue pela metade. Você só teve meia hora de almoço e resolveu voltar depois de uma hora inteira! — Como eu poderia saber? Ele nunca me disse nada sobre os meus horários de intervalo. Antes que eu pudesse responder, ele gritou. — Traga um café!Assenti silenciosamente, ignorando a raiva fervendo sob minha pele. Fui até a pequena copa, preparei o café como ele gostava, forte, sem açúcar, e voltei, sentindo o peso de tantas emoções atravessando meu peito. Bati na porta da sala dele.— Entre. — mu
Olhei para os olhos castanhos de Dante. Estávamos no mesmo café em que estive alguns dias antes. Naquela época, saí magoada. Surpreendentemente, agora me sentia da mesma forma. Havia algo ali, algo em mim que continuava ferido. Ele estava trancando o local quando me viu.— Ivy? O que você está fazendo aqui a essa hora? — perguntou, franzindo a testa.— Fugindo? — respondi, mais como uma dúvida do que uma afirmação.Ele deu um passo em minha direção, preocupado.— Você se machucou?Assenti, incapaz de responder com palavras. A dor não era muito nova, me sentia traída outra vez. Que irônico não? Ele hesitou por um segundo, depois abriu um pequeno sorriso, gentil.— Eu estava indo para casa... quer vir comigo?Assenti novamente. Ele estendeu a mão, e quando a segurei, vi ternura em seus olhos. Uma gentileza desarmante. Dante era fofo demais para o próprio bem.Ele destrancou o carro e me indicou com um gesto para entrar. Fiz o que ele pediu, ainda sem acreditar no que estava fazendo. Eu
— Até mais, Ivy. — disse Dante, beijando levemente minha testa em um gesto carinhoso. Era mais um beijo fraternal do que qualquer outra coisa. Gostei de passar tempo com ele. Dante é um cara legal, fácil de gostar.— Lá vamos nós de novo... mais um dia difícil começando. — Entrei na sala de aula. Honestamente, sou capaz de qualquer coisa só para sair daqui.[...]Cheguei às indústrias Wolfe. Peguei o elevador até o último andar, onde ficava meu escritório. Tentei me manter ocupada, atrasar um pouco o inevitável. Mas sei que não vou conseguir evitar por muito tempo. Em breve, terei que encarar Aiden Wolfe, meu chefe, também conhecido como a tempestade ambulante da minha vida.Coloquei minha bolsa na minha cabine, respirei fundo e caminhei até a porta dele. Bati levemente.— Entre. — respondeu ele, com a voz abafada.Abri a porta e entrei com cautela.— Senhor, o senhor tem um almoço agendado com o Sr. Handrickson. Será para discutir a aprovação do novo cardápio do Star Internationals.