Capítulo Vinte e Três: Thomas.

Viajamos as oito horas seguidas rapidamente, parando apenas para revessar o volante, quando chegamos ao local, tiramos as mochilas do carro e começamos a entrar mata a dentro, torcendo para que, o frio não piorasse e que, conseguíssemos encontrar Thomas com vida.

                Estamos andando pela mata a quase duas horas, Kenya perdeu o sinal do GPS do avião que Thomas estava a meia hora atrás, o clima da floresta é frio, bem mais do que esperávamos, todos nós estamos armados, Kenya nos entregou as armas assim que chegamos, na esperança de que não seja preciso usar, mas se precisar, teremos o que usar.

— Thomas!! – Grito novamente, chamando por ele mais uma vez.

                Andamos mais alguns metros e ouvimos  barulho de vozes, meu coração acelera.

— Temos companhia! – Tyson fala no comunicador. Estremeço.

— Quantos? – Pergunto.

— Cinco ou Seis! Nicolai conseguiu achar o Thomas, temos dez minutos para ir até ele e colocar ele no helicóptero – Kenya fala e eu sinto a raiva me dominar.

— Vamos tirar o Thomas de lá agora! – Bryan fala.

                Andamos mais alguns passos, e vimos, seis homens, armados, andando em direção ao local da queda, Kenya vem para o meu lado, Thiago vai para frente junto com Tyson.

— Hora de colocar o que aprendeu no treinamento em prática! – Kenya fala e me entrega uma adaga.

— Eu pego o da direita! – Falo e ela sorri.

                Andei lentamente até o homem que ficou para trás dos demais, Thiago, Tyson e Bryan se posicionaram dando cobertura. Pulei nas costas do homem e cortei sua garganta, sem dar tempo de reação para ele, Kenya fez o mesmo, no segundo seguinte, os outros quatro homens que estavam a frente se viraram, atirando em nossa direção, usei o corpo do homem que matei como escudo, me escondi atrás de uma das arvores.

                Peguei a arma e comecei a atirar, Bryan matou o homem que faltava, respirei aliviada.

— Vamos! – Bryan fala e vamos correndo até o local que Thomas estava.

— Thomas! – Falo assim que vejo ele caído, tremendo de frio, ao lado do avião que está prestes a explodir, arrasto ele para longe do avião e tiro minha jaqueta, dando para o mesmo.

— Vocês...me ...acharam! – Thomas fala e eu noto a gravidade de seus machucados.

— Thomas, não fala nada cara, isso tudo vai passar, eu prometo! –  Bryan fala tentando estancar os ferimentos.

— Já chamamos um helicóptero, ele chega em alguns segundos! – Thiago fala e olha para Thomas, vejo o desespero em seus olhos e ele, provavelmente, vê o mesmo nos meus.

— Eu, queria, que, a mãe, sentisse...orgulho de mim! – Thomas fala ficando cada vez mais fraco.

— Para com isso! Não fala nada! – Bryan fala e eu apenas choro.

                Ouço o barulho do helicóptero bem acima de nós, quatro médicos descem do mesmo usando uma pequena escada e então, Thiago me tira de perto do Thomas.

                Apesar de ter feito o básico de medicina, não entendo nada do que os médicos falam, por obviamente, estarem falando em Russo.

— Escuta, ele vai ficar bem! – Thiago fala e eu me encolho em seus braços.

                O helicóptero decolou apenas levando Thomas, um outro, veio nos buscar e nos deixou no hospital em que Thomas estava. Bryan e eu corremos para a recepção, quando chegamos, Kenya já estava conversando com a recepcionista.

— Oi. Escutem, vou traduzir o que ela falou! Ela disse que os médicos trouxeram o Thomas e que ele está correndo um grande risco de vida, mas que, eles estão estabilizando ele para levarem para os exames. Vocês ainda não podem ver ele! – Kenya fala e eu tento controlar todos os sentimentos que se tornaram uma bolha, nos últimos dias.

                Algumas horas se passaram desde que chegamos aqui, fiquei longe de todos, sentada em uma das cadeiras, esperando alguém, me falar algo sobre o Thomas.

                Meu corpo se contrai, assim que sinto a presença de Thiago, que estava até agora, preenchendo papeis e perguntando de cinco em cinco minutos, por notícias.

— Você está gelada, quer a minha jaqueta? – Thiago fala e eu nego.

— Tudo bem, apesar venha aqui. – Thiago fala e tenta me abraçar mas eu o impeço.

— Se você me abraçar agora, vou desmoronar. – Falo e ele segura a minha mão com força.

— Eu te ajudo a concertar tudo depois de desmoronar! – Thiago fala e me abraça.

      O medo de perder meu irmão, ainda está comigo, mas agora, algo em mim acredita ainda mais que tudo ficará bem. Mesmo sabendo que, o medo, quando chega ao nosso coração, nos faz refém.

                Chorei durante longos minutos, em seguida, parei de chorar e olhei para Thiago, perdida em seus olhos, questionando o que eu estou vivendo e onde isso irá acabar.

                Thiago acaricia meu rosto e então, se aproxima ainda mais, me sinto perdida em seu olhar mais uma vez, ele fecha os olhos, e me beija levemente, calmo, ao ponto de eu não conseguir decifrar, se aquele beijo, significava que tudo ia ficar bem, ou que o caos estava apenas começando.

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