Capítulo 5

Akoni narrando

Finalmente chegamos ao restaurante, pedi uma mesa mais afastada e fomos sentar, a mesa ficava encostada a uma janela enorme que tem a vista para o mar.

Fizemos os pedidos e Kalena ficou olhando para a paisagem encantada, observei ela por alguns segundos, as suas expreções, os seus olhos brilhando enquanto olhava para o mar, ela fica muito bonita com essa paisagem de fundo.

Ela olhou para mim e sorriu inocentemente, seus olhos estavam presos aos meus e ela lentamente desceu os seus olhos até a minha boca e lambeu os labios me fazendo perder totalmente o foco do encontro.

Akoni - eu te chamei aqui para falar do que aconteceu - ela respira fundo

Kalena - não sei o que você teria para falar sobre aquilo

Akoni - eu não quero que você me entenda mal, eu realmente estava te olhando - ela sorri

Kalena - eu sei disso

Akoni - mas não foi nessa intenção, eu passei e vi, não foi na maldade

Kalena - a baba que estava escorrendo no canto da sua boca não era na maldade ? - revirei os olhos negando com a cabeça

Akoni - olha Kalena, eu to querendo falar sério com você, será que da para deixar de ser infantil - ela me encarou calada

Kalena - tudo bem

Akoni - me desculpa tá, eu não quero que você pense algo errado de mim, eu nunca encostaria um dedo em você - ela me olhou um pouco surpresa, parece que as minhas palavras não agradaram ela

Kalena - nunca encostaria em mim ? - ela deu uma risada irônica - tanto faz Akoni, é bem a sua cara tudo isso - olhei confuso

Akoni - do que você está falando ?

Kalena - você fica jogando piadinhas, me provocando e depois fala isso ? só pode ta de sacanagem com a minha cara

Akoni - nunca foi a minha intenção Kalena, me desculpa de verdade, você tem idade para ser minha filha, é uma criança ainda - ela levanta

Kalena - já chega, você já se desculpou e falou o que queria, agora eu já vou - ela passou por mim como vento e eu fiquei sem reação, o que aconteceu ?

Me levantei e fui atrás dela, olhei para os lados e ela já estava no meio da rua andando com tanta raiva que me deu até medo.

Akon - espera Kalena - gritei chamando a atenção dela

   Kalena narrando 

Akoni é o homem mais arrogante que eu já vi na minha vida, ele supera o meu pai fácil nesse quesito.

Eu não entendo como alguem consegue tratar outra pessoa dessa forma como ele me trata e ainda dizer que nunca tocaria em mim, que raiva,

Eu levantei daquela cadeira queimando de tanta raiva, eu sai de lá sem nem olhar para trás, até a minha mochila ficou no carro daquela babaca, mas isso não é problema, eu sei que ele vai levar lá em casa.

Não entendo como eu ainda consigo me sentir atraida por esse homem, acho que é isso que está me deixando ainda mais puta.

Eu escutei ele me chamando, mas não me dei ao trabalho de virar para olhar, continuei andando até não conseguir ouvir mais a sua voz.

O dia estava frio e eu estava com os braços cruzados tentando me aquecer, escutei um carro vindo muito rápido e olhei para o lado, era ele, é claro que tinha que ser ele.

Akoni freiou o carro ao meu lado com uma cara péssima, como se estivesse realmente com raiva de mim.

Akoni - entra no carro - ele falou sério e desviei o meu olhar voltando a caminhar - Kalena, entra no carro agora - sua voz soa ainda mais grossa agora

Kalena - eu não quero, eu vou para casa sozinha - ele freia parando o carro e desce

Da alguns passos parando na minha frente, segura o meu braço com força me fazendo encarar ele, não me lembro de quando vi Akoni com raiva, hoje é a primeira vez.

Os seus olhos claros estavam completamente pretos, ele respirava ofegante e eu conseguia ver a sua mandíbula travada.

Akoni - entra na porra do carro agora - ele falou sério, bravo, mas de um jeito calmo, o que me fez sentir medo.

Ele soltou o meu braço e olhou em volta, a rua estava praticamente vazia, ele arrumou o seu terno e me olhou.

Akoni - vamos

Não respondi nada, apenas fui até a porta do passageiro e entrei logo depois que ele entrou, eu sei que ele está bravo e não quero ver até onde ele iria com raiva.

Ele ligou o carro e deu partida, sinceramente eu nem sei para onde estávamos indo, eu mantive a minha cabeça baixa enquanto pensava no que tinha acabado de acontecer, só percebi quando o carro parou.

Akoni - vamos - levantei o olhar e notei que estávamos na casa dele

Kalena - eu não moro aqui - ele sai do carro batendo a porta, da a volta e abre a porta para que eu saia

Akoni - eu sei que você não mora aqui, vem - ele me deu a mão e eu segurei saindo do carro

Segui ele até a entrada e ele abriu a porta, nem me lembro da última vez que vim na casa dele, nem lembrava que era tão grande.

Akoni - senta - ele fala tirando o terno e dobrando as mangas da sua blusa

Fui até o sofá e me sentei, tem uma televisão enorme na sala dele e pelo reflexo eu vi ele me olhando e caminhando até chegar ao meu lado e se sentar.

Akoni - desculpa Kalena - ele segura na minha mão - eu não quis ser grosso com você - ele respira fundo

Kalena - tudo bem - falei sem olhar para ele

Akoni - não fica assim comigo, eu sei que não está tudo bem - respirei fundo

Kalena - eu estava chateada e você ficou bravo comigo, eu entendo isso apesar de não fazer sentido

Akoni - eu não gosto de ser ignorado, você ouviu que eu estava te chamando e não me respondeu

Kalena - desculpa - abaixei o olhar e ele ergue o meu rosto com a ponta dos dedos me fazendo encarar os seus olhos

Akoni - estamos bem ? - ele pergunta olhando nos meus olhos

Eu senti um frio na barriga, a minha boca salivou olhando os seus lábios, os seus olhos me encarando esperando por uma resposta e a única coisa que eu queria era beijar ele agora.

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