- Sim, sou Maria Gregória – sorriu, confirmando, mal entendendo tudo que se passava na minha cabeça naquela hora.
- Sua mão se chama Madalena? – Questionei, preocupada.
- Sim.
- Você é filha de Gregório, o porteiro?
Assentiu, os olhos arregalados na minha direção.
- Nós não vamos chamar o segurança para encontrar sua mãe, ok? Eu conheço o seu pai.
- Conhece?
- Sim, moro no prédio onde ele trabalha. E adoro o frango frito da sua mãe. – Confessei, retirando meu celular da bolsa enquanto lhe dava meu pote de sorvete para que segurasse.
- Filha?
A voz de preocupação era certamente da mãe, que correu em direção à menina assim que a viu. As duas se abraçaram e percebi as lágrimas escorrendo dos olhos da mulher magra, de baixa estatura, cabelos escuros na altura dos ombros e olhos grandes e escuros. Vestia calça preta jeans e camisa branca e nos pés uma sapatilha. A bolsa, que certamente um dia foi branca, mas o passar dos anos fez a cor ficar gelo, estava atravessada em seu peito, pela alça