Pedro Hernandez
Abby está saltitando até o carro. Saber sobre os gêmeos parece ter alegrado o dia de nós três. Me sinto mais leve, mais feliz. Estou feliz por estar aqui, por conseguir vivenciar tudo o que não pude viver na primeira vez. As vezes, me pergunto se Abby não ficará enciumada por eu dar a atenção que não pude dar a ela, aos gêmeos.
— Eu não acredito que teremos gêmeos… — A voz de Adie é baixa, como um sussurro surpreso. — Quer dizer, eu sabia que era possível vindo do seu lado da família, mas nunca pensei que poderia acontecer.
Não consigo conter a leve risada que escapa de mim por ouvir o seu tom tão confuso. Adie quase parece se perder em meio a essa confusão. Abro a porta do carro para que se sente e a observo fazer isso em silêncio. O cenho está franzido, como se tentasse calcular os motivos para explicar como isso aconteceu, mas nós dois sabemos que se trata de genética. Nossos filhos não serão os primeiros gêmeos na família, assim como tia Alejandra e tia Margarita n