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Capítulo 6 - Alice Mendes

   Hoje acordei mais cedo, preciso chegar logo na empresa, pois será a apresentação do senhor Oliver, nosso novo presidente. Preciso estar bem apresentável. Coloquei um terninho preto de uma peça só, que cai perfeitamente em meu corpo e quase alcança o meu joelho, me decido por um sapato scapin preto também, e resolvo tomar café quando chegar no trabalho. Pego minha bolsa e aviso a Cata que estou indo.

  Saio apressada, nosso apartamento fica próximo ao trabalho, escolhemos aqui por esse motivo, iríamos economizar na locomoção o que daria para locar aqui no bairro. Estou caminhando apressada e com a cabeça longe quando um brutamonte entra em minha frente.

  Não o vejo e acabo esbarrando nele e quase caindo, se não fosse ele agarrar em minha cintura.

— Olha por onde anda — ele diz como se a culpa tivesse sido minha.

— Você que entrou na minha frente, então não me culpe por sua desatenção — falo irritada. 

  Ele ainda está com a mão em minha cintura, quando resolvo olhar para cima, e acho que caí, bati com a cabeça e morri, pois vejo um anjo de olhos azuis, dou um sorriso, que logo tiro dos lábios e saio dos meus devaneios quando ele novamente me repreende.

— Você estava caminhando com a cabeça na lua, como vai ver quem está à sua frente? Olha, eu não tenho tempo para ficar de conversinha, eu tenho mais o que fazer — diz seco.

  Fala isso e me solta, quase caio novamente, então respondo, mas não sei se ele ouviu.

— Grosso! Devia ter mais educação. — Eu o vejo entrando pela portaria do hotel, deve ser cliente.

  É para lá que sigo também. Entro e varro com o olhar o ambiente e não o encontro, cumprimento todos da recepção e sigo logo para a máquina de café, preciso de um sem açúcar. Pego meu café, dirigindo-me ao meu andar, preciso chegar antes do meu chefe.

  Chego em minha mesa, guardo a minha bolsa e ligo o meu computador e enquanto vou bebendo o meu café, pego o tablet para poder passar os horários das reuniões que teremos e que não serão poucas. Estou passando a agenda quando escuto a porta da sala sendo aberta, e o senhor Edgar me chama de lá.

— Alice, poderia vir até a minha sala, por favor?

— Claro, senhor. — pego o tablet e caminho em sua direção que mantém a porta aberta para eu passar, fechando-a em seguida.

— Senhorita Alice, esse é o meu filho Oliver, que irá ocupar o meu lugar.

  Ele está de costas para mim, olhando pela janela, é bem alto deve ter os seus, um metro e noventa, braços fortes, deve malhar bastante. Observo alguns fios brancos, poucos, mas tem, em sua cabeleira escura. Mas é quando ele se vira para me olhar que me assusto, não pode ser, coloco a mão no rosto e abaixo a cabeça quando o senhor Edgar diz.

— Aconteceu alguma coisa, senhorita?

— Não, senhor, está tudo bem.

— É que você ficou pálida de repente.

— Está tudo bem, senhor, obrigada. — resolvo levantar a cabeça, empinar o nariz e encarar o grosso do filho do meu patrão. Nunca fui de abaixar a cabeça para ninguém e ele não será o primeiro.

— Bom dia, senhorita Alice, tenho a impressão que já nos conhecemos? — maldito, ele diz e coloca um sorrisinho de canto na boca.

— Bom dia, senhor, acredito que não, deve estar me confundindo com alguém — respondo, dando uma de desentendida. — Vocês aceitam um café, antes de passarmos a agenda?

— Ah, claro, por favor, menina Alice, poderia nos trazer um sem açúcar por favor, dois na verdade.

  Saio para pegar os cafés, pelo jeito eles têm o mesmo gosto, isso é bom, não vai me confundir. Chego na sala com o café e abro o meu tablet, na agenda do dia, que está lotada. Começo a passar os horários e compromissos, quando ouvimos uma batida na porta, o senhor Alberto coloca a cabeça para dentro da sala e fala.

— Oh, e não é que ele veio mesmo, achei que nunca mais o veria aqui no Brasil.

— Olá, Alberto, que prazer em revê-lo. Preciso cuidar dos hotéis, meu pai já está velho e precisa descansar — ele diz e sorri em seguida, passando o braço pelos ombros do pai, ao mesmo tempo que eu peço licença para sair mas o ogro pede para eu aguardar aqui mesmo. Bufo irritada. Esse homem vai tirar minha paz, estou prevendo.

— Alberto, vou terminar de passar a agenda com a senhorita e logo nos encontramos.

— Ah, claro, trabalho em primeiro lugar.

— Sempre — meu novo chefe responde.

  Terminamos de passar todos os recados e logo vou para a sala de reuniões ver se está tudo em ordem para iniciar a apresentação do novo presidente, que ainda não foi nomeado.

  Permanecemos na sala até o horário do almoço, e todos pedem para fazer a refeição ali mesmo. Peço para o almoço ser servido e saio para o meu, preciso voltar no horário, pois ainda preciso apresentar as dependências do hotel para ele e todos os chefes de setor.

  Almoço correndo, vou até o banheiro escovo os dentes e logo estou de volta em minha mesa, mas quando ameaço me sentar, o senhor ogro abre a porta e me chama em sua sala.

— Senhorita Alice, pode vir aqui, por favor?

— Claro, senhor. — Levanto-me e caminho para lá. Será que ele vai me chamar atenção de hoje mais cedo, claro que iria né?

— Bom, senhorita, se prepare, que em quinze minutos sairemos para a visita ao resort, meu pai me falou muito bem de você, então espero que não me decepcione, eu não sou bonzinho como ele, gosto de tudo muito certo e na hora, por isso, espero que possamos trabalhar bem.

— Claro, senhor, estou aqui para atendê-los da melhor forma, vou me organizar para podermos sair o mais rápido possível. — Vou saindo quando ele fala.

— E olhe por onde anda, não quero ficar me esbarrando em você todos os dias quando chegar.

— Sim, senhor, me desculpe, com licença. — saio igual a um furacão da sala dele. Quem  esse mal-educado pensa que é?! Uhh, que raiva!! Calma, Alice, você precisa trabalhar. Respiro fundo e fico de pé com um sorriso no rosto esperando o digníssimo sair de sua sala para irmos. Vai ser difícil, ainda mais se ele tiver que ser sempre um ogro que não sabe pedir desculpas. Que Deus me ajude!

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