Evelyn
Não sei quanto tempo dormi, mas, quando abri os olhos, estava na mesma posição de antes: agarrada ao travesseiro dele e com o cartão da Naomi na mão. Só que tinha algo mais. Algo que não estava ali antes. Ele.
— Como entrou? — minha voz estava meio arranhada pelo sono.
— Tenho chave reserva de todas as portas. Amélia me disse que você não respondia já há algum tempo. Não quis esperar você decidir abrir para entrar.
Seu tom era seco. Nem parecia o homem que me defendeu no parque, que me trouxe no colo para cá, que fez amor comigo no banheiro e levou meu gosto com ele.
— Acabei pegando no sono — fui me sentando na cama.
— Você ligou para ela? — Ele apontou para o cartão em minha mão. A lembrança da nossa discussão veio à tona, assim como o motivo pelo qual não quero falar com ela.
— Não. Peguei o cartão por acaso — me virei até o criado-mudo, abri a gaveta e guardei o cartão onde estava antes.
— Devia ligar. Já disse que ela é uma boa pessoa. Pode te ajudar.
Ele manteve o tom de