Marcos
Todos os olhares são para nós quando voltamos de mãos dadas. Sinto Fabiana tentando se soltar, mas aperto seus dedos, para lhe passar força e para impedir que fuja. É cruel a forma como sua confiança foi sugada de si durante esses anos. No passado, ela que teria erguido o queixo e andado ao meu lado. Essa Fabiana de hoje, caminha devagar, com o olhar e a cabeça baixo. E eu sou o único culpado.
— Confie em mim — sussurro em seu ouvido.
Ela apenas suspira em resposta.
— Finalmente! — minha irmã grita e bate palmas, sendo acompanhada pela maioria naquela festa.
Claro que sei que muito ali não são verdadeiros, mas tem aqueles que querem nosso bem, como a família da Carmelita. Ela está sorrindo para nós, abraçada ao marido.
Aceno apenas e guio Fabiana para um banco perto da fogueira.
— Quer alguma coisa? — pergunto, preocupado. — Percebi que não comeu nada.
— Toda essa situação me deixa sem fome. — Sua voz sai como um sussurro.
Me levanto.
— Vou trazer algo de milho para você. Doce