— Declaro o réu inocente! — o juiz bateu o martelo de madeira, e eu soltei a respiração.
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Três dias antes do julgamento...
Encontrei a detetive Laura Campos em seu escritório. Ela estava com profundas olheiras e diversos papéis espalhados pela sua mesa. Fingi não ter notado que seu terninho estava todo amarrotado e que havia um prato com pedaços de pizza no armário ao lado, onde mosquinhas voavam felizes.
A detetive Laura era uma mulher que deveria ter a minha faixa de idade, cabelos curtos com uma franja cobrindo sua testa, e feições cansadas como se não dormisse bem há dias.
— Vim o quanto antes! — falei e ela fez um gesto para que eu me sentasse. — O que tem a me dizer?
— Desculpe ter ligado tão cedo, advogada Wendy! Eu esqueço que as pessoas dormem, sabe?
— Tudo bem! Eu disse que poderia me contatar a qualquer momento — respondi achando engraçado seu pensamento. — O que descobriu?
Ela remexeu alg