Nayana é uma mulher de quarenta anos que descobriu a infidelidade do marido depois de 23 anos casada. Decepcionada, ela decide se vingar acabando por manter relações com um jovem rapaz que conheceu numa boate qualquer. Embora ter se envolvido demais com o rapaz que parecia um príncipe pra ela, Nayana teve que voltar pra casa para junto de seu marido e família, porém ela não sabia que Radesh, o rapaz no qual Nayana tinha se envolvido, era vingativo e queria ela a todo custo. Num belo dia, Indira, filha da Nayana, vem apresentar aos pais o seu noivo e Nayana descobre que o noivo de sua filha se tratava ninguém menos que o próprio Radesh, o rapaz que ela tinha se envolvido num verão passado para se vingar do seu marido.
Leer másQuando você deixa a vida viver você, você se torna apenas um receptáculo sem vida interior, sem chama, sem essência. Apenas vive a sua rotina massante todos os dias sem um futuro claro na sua frente, mas este não é meu caso, pelo menos não de todo. Ainda tem coisas que me fazem levantar da cama com um sorriso no rosto e viver cada hora do dia na espectativa de que estou fazendo um bom trabalho, embora que esse trabalho não me dê mérito algum. Ser uma boa mãe e ótima esposa não nos dá mérito algum, somos sempre largadas no canto e o foco é sempre a criança ou o homem, só se lembram de nós quando for pra julgar alguma imperfeição no que toca a família... Sim, esta é a minha vida.
Antigamente eu era uma garota com sonhos, não quer dizer que sempre fui vazia por dentro, quando eu tinha 10 anos, sonhava em abrir minha própria loja de bijuterias, sempre fui fascinada pelos metais brilhantes e pedras preciosas que as mulheres da minha região usavam em seus pescoços, braços, dedos, panturrilhas, cintura, rosto e cabeça, adorava ser uma mulher indiana e andar elegantemente ardonada por aí, eu ficava louca de animação quando ganhava um kit de acessórios, então a minha mente fértil me fez querer abrir um negócio próprio para assim, ganhar dinheiro com aquilo. Pobre garota inocente, aquele sonho era elevado e inalcançável demais pra mim, pois tinha nascido numa sociedade regrada e machista, as mulheres não tinham que ser ousadas até esse ponto de querer barganhar com homens, uma mulher descente devia casar-se com um bom homem e ser a luz dos olhos da sua família.
Naquela altura, segui o conselho dos meus pais, afinal, não tinha porquê contestar. Não quer dizer que eu nunca quis me casar e formar uma família, tinha ouvido e apreendido sobre aquilo desde que me conhecia como gente, por isso que segui a tradição da minha família me casando assim aos 15 anos. A idade podia ser pouca demais para outras sociedades, mas não na minha, a minha própria mãe tinha se casado aos 13 anos e eu, meio que cresci sabendo que me casaria com o filho da família Suryavant, uma importante família da classe social alta da minha aldeia. Eu não tinha porquê recusar, afinal, aquele casamento arranjado era o melhor que a minha família pôde arrumar e obviamente Shankar, o homem no qual me casei, crescia viril derretendo assim o coração de qualquer menina da nossa aldeia. Elas diziam que eu era uma garota de sorte por ser prometida ao belo Shankar, todas elas queriam estar no meu lugar. Por Deus, agora casada, eu diria que ele não era tudo aquilo que elas imaginavam ser.
Tudo bem, eu não podia reclamar, Shankar era realmente bonito e quando a gente se encontrava de vez enquando, ele me olhava com aquela malícia travessa como se dissesse "se prepare, Nayana, as nossas noites serão bastante fogosas" Aquilo me deixava medrosa, mas não podia negar que minhas pernas até tremiam com a ousadia do garoto. A família do Shankar também tinha bons antecedentes, as mulheres mais velhas se acotovelavam de ciúmes da minha mãe por não terem conseguido aquele feito para suas próprias filhas. Tudo bem que tudo estava a mil maravilhas, mas ninguém tinha ao menos me consultado se eu queria aquilo, se eu queria viver aquela vida para o resto dos meus dias, todos eles já tinham preparado um futuro pra mim, então eu via minha banca de especiarias se esvaiar cinzenta da minha imaginação.
Pra falar a verdade eu não lembro muito bem do meu casamento, só me aparecem imagens desconexas e embassadas de muitos tecidos de várias cores, muita gente adulta, o mestre de cerimônias entoando repetidamente o ritual matrimonial vezes sem conta até me deixar tonta, lembro também de mesmo na frente de todos, Shankar metendo sorrateiramente a mão por dentro das minhas saias vermelhas de tecido caro e agarrando forte a minha coxa. Lembro daquele gesto dele me deixar desconfortável e meu coração palpitar rápido dentro de mim, queria muito levar a mão até o braço dele e afastar a mão dele de mim, mas o que as pessoas pensariam? Não podia decepcionar minha mãe que estava atenta a tudo com uma ruga de preocupação no rosto.
Assim como prometido, Shankar era fogoso. Só pra ter uma ideia, ainda na véspera do casamento, ele escalou a janela da pequena casa dos meus pais onde eu morava na aldeia de Surat e pediu para que eu o deixasse entrar no meu quarto, com medo e sem estar entendendo muita coisa, o deixei entrar. Assim que ele esteve dentro, rapidamente me arrebatou para um beijo bastante possessivo, chocada e surpresa por estar sentindo a língua de uma outra pessoa na minha boca pela primeira vez, ainda assustada, eu perguntei.
"O que está fazendo, Shankar..?"
"Não consigo esperar mais, vim possuí-la de uma vez."
E voltou a me beijar e me agarrar com pressa e até com brutalidade. Sem muito o que fazer porque Shankar era dez anos mais velho que eu, um homem feito, corpulento e com barba no rosto, e eu apenas uma garota de quinze anos pequena demais pra minha idade, minha mãe sempre reclamava que eu não estava desabrochando como devia ser, afinal, os meus seios mal estavam rebentando da região peitoral e tinha quadril pequeno. Eu até me considerava feia, mas a forma como Shankar estava me agarrando ali me fazia pensar na possibilidade de que talvez eu fosse um bocadinho atraente. Ou então me fazia pensar que eu fosse apenas uma presa que tinha caído nas mãos do predador ali.
"Mas o casamento é ainda amanhã, você não terá que esperar por muito mais tempo..." Tentei pedir para que ele parasse, eu realmente não queria me casar desvirgem, as pessoas falavam muito mal das moças que não eram mais puras e no entanto não estavam num casamento. Shankar só tinha me ignorado e dito.
"Ainda bem né, então isso quer dizer que não tem problema de você ser minha hoje se a partir de amanhã passará a ser minha pra sempre."
Okay, eu tinha perdido os argumentos, apenas suspirei e deixei que ele saciasse a sua fome de mim. Minha mãe e as anciãs de Surat enquanto me aconselharam o que eu deveria fazer para agradar o meu futuro marido, elas me disseram também de como seria o sexo, elas disseram com sorrisinhos safados que seria uma experiência agradável e que eu ia gostar muito, disseram que eu alcançaria prazeres inimagináveis na companhia do meu marido e também através daquilo, daria um monte de bebés para a família, e por isso eu deveria estar sempre pronta pra receber Shankar em meu leito. Eu não estava pronta naquela noite quando meu futuro marido veio 'me revendicar', mas eu decidi recebê-lo mesmo assim. E devo dizer que a experiência não foi uma das melhores da minha vida, bem longe disso. O membro viril do Shankar era grande demais e ele foi imprudente demais quando o usou em mim apressado e forte naquela primeira vez, então aquele foi o motivo de eu ter me sentido tão dolorida e doente na cerimônia do casamento no dia seguinte. Quando contei aquilo pra minha mãe em particular, ela apenas suspirou com seus ombros caídos e disse:
"Homens, eles às vezes se guiam muito pela cabeça de baixo..." E não disse mais nada, nunca mais disse.
A casa do Shankar era deveras grande, e moravam uma data de pessoas ali: tinha o bisavô do Shankar, um velho decrépito e desdentado que ficava o dia todo sentado numa poltrona no canto da sala, o velho falava coisas inaudíveis e sempre gritava quando via o filho dele que no caso era o avô do Shankar, os avós do meu recente marido me metiam medo, o homem que mantinha um bigode esbranquiçado entre a boca e os lábios nunca dirigia a palavra a mim e sempre falava de mim como se estivesse falando de mais uma animal de estimação da família, já a mulher dele sempre me jogava olhares afiados e me repreendia duramente sempre que tinha oportunidade. A mãe do meu marido até que era complacente, mas acabava descontando seus nervos nas quatro noras que possuía, e quanto ao marido dela, o pai do Shankar nunca ficava em casa, segundo ele, era muito ocupado com os negócios da família. Ao todo Shankar tinha seis irmãos e três mais velhos já eram casados formando assim comigo quatro noras na casa. Quanto os mais pequenos quando os conheci na primeira semana eu até tinha perdido a conta de quantos eram de tanto que eram, eram muitos sobrinhos pra contar. A vida de uma nora na casa dos Suryavant não era fácil, tampouco, mas eu já estava treinada pra tal e estava disposta a dar o meu melhor. Pouco tempo depois de casada descubri que estava grávida, a família do meu marido quase me pendurava num pedestal e me apresentava pra todos como o prêmio deles. Com que então eles tinham conseguido arranjar uma mulher fértil para o seu filho Shankar, Are!
Os deuses me deram uma menina saudável, o que não agradou muito a família porque uma menina na família significava que um dia eles teriam que pagar o dote para a família do noivo dela, e ninguém gostava de perder dinheiro, convenhamos. Ouvi até alguns comentários maldosos das outras noras zombando minha menininha, mas as ignorei, eu estava feliz por ter tido aquele bebê e mais feliz ainda porque se tratava de uma menina. Assim eu poderia ensinar ela a dançar Barhatanatyam (dança tradicional), costurar eu mesma os vestidos dela e presenteá-las com muitas especiarias. Então Indira cresceu forte e desde muito cedo começamos a notar o quanto ela era inteligente e perspicaz. Com o passar do tempo a família do Shankar foi se esvaindo: após a morte do bisavô do meu marido, morto por velhice, não demorou muito para que alguns membros da família começassem a se desentender, com o passar dos anos o avô seguiu seu pai também deixando a velha chata da sogra da minha sogra sozinha. O irmão mais velho anunciou que iria expandir os negócios da família se mudando para Calcutá, ele e sua família. O irmão depois dele também seguiu o mesmo caminho se mudando para Madras, o terceiro criou uma contenda grande que acabou sendo deserdado da família, então ele e sua família tiveram que ir embora, a gente ouvia rumores de que ele estava morando em Ahmedabad, mas nada era consistente. A casa começou a se tornar vazia aos poucos, só tinha sobrado dois irmãos mais novos do Shankar, meus sogros, a avó chata, eu, Shankar, minha filha, e os criados da casa. Eu vi tudo isso acontecendo na medida em que os anos passavam.
Shankar era um homem distante comigo, ele não me deixava passar fome ou necessidade e sempre me presentava com lindos vestidos, mas raramente ele trocava palavras de apresso comigo. Sempre quando chegava em casa e depois de eu lavar os pés dele, ele ia dormir alegando que estava cansado e que a loja de corantes (património da família dele) não estava deixando ele com muito tempo livre. Então eu fui me conformando ao passar dos anos, pelos menos eu tinha Indira do meu lado que era a minha alegria, eu ficava lá assistindo a minha filha crescer e se tornar uma linda moça. Com a modernização que estava se fundindo com a nossa tradição, insisti que Indira pudesse ir pra escola até terminar a sua graduação, e que também ela escolhece o homem no qual iria casar. Queria que minha filha tivesse alguma liberdade na sua vida, a liberdade que eu pouco tive... Então Indira começou a frequentar a escola e ela sempre me contava as coisas que aprendia lá, a minha filha já conseguia falar corretamente o inglês na adolescência. Ela era fascinada pelas estrelas e pela a imensidão do universo. dizia que queria se tornar uma astronauta um dia, eu estava ali para apoia-la seja o que ela quisesse ser. Minha filha conseguiu uma bolsa de estudos em Bombaim e ela tinha que ir fazer faculdade por lá, me doeu bastante ter que deixar ela ir pois ela era minha única filha, mas eu sabia que ao contrário de mim, eu teria que deixar ela traçar os passos dela sozinha e viver a vida dela como ela queria. Então a deixei partir.
Indira POVNaquela tarde eu estava vestindo uma calça jeans meio azul com uma blusa manga longa rosa morto, tinha umas botas de salto curto no pé e uma bolsa pequena pra condizer, tinha feito algum penteado no meu cabelo e fiz uma maquiagem mínima no rosto, eu estava meio a meio, nem bonita e nem feia. Nunca tinha ido pra um encontro de verdade, então era normal não saber o que vestir, não sabia se devia vestir algo mais chamativo, talvez um vestido curto e colado ao corpo para que ele visse o quanto meu corpo era belo, mas tinha medo que ele achasse que eu era uma oferecida, então descartei a ideia, pensei em vestir uma saia longa pra cobrir todo meu corpo, mas achei que seria cafona demais. Não quero que ele me ache cafona, então após ter provado um monte de roupa, lá estava eu me vestindo exatamente com as roupas simples que eu vestia dia-a-dia, afinal o moço tinha me conhecido usando aquelas roupas e mesmo assim tinha criado interesse em mim, não deve ser que eu me vista tão mal
Indira POVEstou conhecendo Radesh aos pontos, ele parece ser um cara incrível. Tem bons antecedentes, é fácil de conviver, é bem-humorado e bonito também, qualidades incríveis para um homem dessa época. Aquele dia na sorveteira em que nos encontramos de novo após o dia da massagem, quando nos conhecemos, ele ficou conversando comigo, sendo paciente, esperando por mim nas vezes que eu ia atender a clientela constante do estabelecimento, pois eu estava em meu horário de trabalho. Não posso negar que fiquei encantada com ele naquele dia, a forma como ele pegou meu número de telefone com sutileza como quem não queria nada, era um perfeito galanteador na mesma medida em que não me deixava desconfortável com aquilo.Na manhã do dia seguinte estava fazendo o café da manhã do Thomas que está sentado na cadeira acoplada a mesa da cozinha vendo o seu desenho favorito pelo tablet, o cabelinho âmbar dele levemente bagunçado, está um tanto longo demais o fazendo parecer que tem uma juba de leão
DevaA essa altura minha filha já estava fazendo quase um ano de vida, ela até já dava passinhos tentando andar sozinha, a cada dia que passava ela crescia muito fofa, ela era meu orgulho e muito querida pela casa, até Madhusha, que a princípio não gostava dela, começou a ficar encantada com a minha princesinha, realmente eu digo que Mohini foi quem me uniu àquela família.Enquanto a festa decorre, eu vejo que está todo mundo está bebendo, comendo e se divertindo. Posso ver que Karishma está bem animada, pois ela está finalmente soltando a sua voz nos abrilhantando com lindas cantigas festeiras, me junto as moças que dançam no meio da roda de pessoas e fico dançando com elas animada, aquele povo é mesmo alegre, eles conseguem passar a alegria deles para as pessoas que lá vem."Pode ficar com um Mohini um pouquinho? Preciso ir pegar mais bebida," Dinesh pede, me entregando Mohini nos braços logo que eu me afastei do grupo de meninas que dançavam, pra tomar uma sidra e refrescar minha g
DevaMeses foram se passando, tiveram dias em que minha filha caiu em febre de novo, mas agora eu já não estava tão assustada assim e já sabia o que fazer, ainda mais quando Karishma (o nome da tia do Dinesh que eu não queria procurar saber, mas que agora eu já sabia) estava por perto para me ajudar, então tudo foi se normalizando, minha filha começou a deixar de ser uma bebé frágil, começou dormir menos e a rir a brincar agora, ela já conseguia se manter sentada para brincar melhor.Karishma sempre esteve lá para me ajudar com ela me explicando como eu devia fazer isso e aquilo para sempre manter a saúde e segurança da minha filha. Ela estava sendo para mim incrivelmente como uma mãe, fazendo coisas que Abhiprithi nunca foi capaz de fazer comigo. Eu estava realmente começando a conhecer o verdadeiro significado de ser filha e de ser mãe ao mesmo tempo. As vezes eu pensava na Abhiprithi quando tinha a minha filha em meus braços, ficava pensando se um dia eu seria capaz de esforçar co
DevaEstou muito triste comigo mesma depois do que aconteceu ontem quando minha filha passou mal, continuo impactada por saber que aquela mulher que eu inferiorizava e desprezava salvou a vida da minha filha, nunca pensei que uma coisa dessas podia acontecer, mas estou aqui eu me envergonhando dos meus atos para com estas pessoas. Aquilo me faz lembrar do meu pai que sempre tratou bem todo mundo não importando se a pessoa era rica ou pobre, ou se a cor da pele era escura ou clara, ele nunca descriminou ninguém pelo que tinha, mas ele sempre prezou pelo bom caráter e sempre me ensinou isso, eu que era desdenhosa demais para lhe dar ouvidos. E como estou arrependida por isso, minha filha quase morreu por minha causa, eu nunca me perdoaria se caso isso acontecesse.Decido ir agradecer a mulher, no momento não tenho posses, nem dinheiro, nem nada, senão compraria para ela um presente inigualável pelo que ela fez para mim, logo para mim que a esteve desprezando desde o começo. Eu juro que
Deva"Tá tudo bem, senhora. Só diga a ela pra ficar longe de mim," respondo a tia do Dinesh."Pode deixar que eu digo..." Ela responde com sua voz aguda. "A sua bebé não parece estar bem." Ela se aproxima de mim pra dar uma olhada na Mohini, me retraio com minha filha em mãos um pouco desconfiada da mulher."Nada disso, ela está bem. Só não está com muito apetite," tento amenizar pra ver se a velha me deixava em paz."Desde quando que ela não mama direito?" Ela leva a mão até a testa da Mohini, mas bato na mão dela para afastar o toque imundo dela na minha preciosa."Não a toque!" Chio já ficando brava. Esses selvagens não tem o mínimo entendimento do que espaço pessoal significa. Ficam por aí tocando as coisas dos outros sem permissão. A mulher está acariciando o dorso da mão onde bati há poucos segundos atrás."Só estou preocupada...""Já disse que não precisa. Por favor vai embora!" Aponto a porta, e como resposta tive meu bebê tremendo grotescamente em meus braços, ela tinha os ol
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