Capítulo 7
Meus dentes rasgaram a pele da garganta de Ariana.

O gosto de sangue explodiu na minha boca.

— Ahhh! — ela gritou, cambaleando para trás, agarrando a ferida sangrando. — Lunática! Você me mordeu!

Sangue jorrava entre seus dedos, manchando seu vestido preto elegante.

— Matem ela! — gritou para os lobos solitários. — Ensinem uma lição a essa vadia!

O primeiro chicote atingiu minhas costas.

O açoite impregnado de prata rasgou tecido e carne, o veneno queimando minhas veias como fogo.

Sem a cura da minha loba, a dor era um fogo queimando através dos meus nervos.

— Isso é o que você ganha por me morder! — Ariana uivou, ainda agarrando sua garganta.

O segundo chicote. O terceiro.

Cada um caiu precisamente nas minhas costas, meus braços, minhas pernas.

A prata impedia as feridas de cicatrizar, sangue escorrendo da carne rasgada.

— Isso é suficiente? — perguntou um dos lobos solitários.

— Não! — Os olhos de Ariana ardiam com um fogo insano. — Quebrem a perna dela! Quero que ela saiba o que acontece quando você me desafia!

— Espere, Senhorita Ariana, o Alfa disse para não...

— Eu disse para quebrarem a perna dela! — Ariana gritou. — Byron não vai me culpar pelo que acontece com esse lixo!

O lobo solitário hesitou por um segundo, então ergueu uma barra de ferro.

— Não!

O estalo nauseante do osso ecoou no armazém.

Agonia explodiu atrás dos meus olhos, ameaçando me arrastar para a escuridão.

Podia sentir as bordas irregulares do osso rasgando através do meu músculo.

Mas sem uma loba para me curar, tudo que podia fazer era suportar a dor cegante.

— Isso ainda não é suficiente — disse Ariana, caminhando até mim e olhando para baixo. — Quero que você se lembre deste momento. Lembre-se das consequências de me desafiar.

Ela se virou para os lobos solitários.

— Tranquem ela. Sem comida, sem água por três dias. Deixem-na pensar sobre o que fez.

A escuridão me engoliu.

Três dias.

Por três dias inteiros, fui deixada naquele armazém frio.

Sem comida. Sem água. Apenas dor sem fim e o tormento do envenenamento por prata.

A agonia na minha perna quebrada tornava o sono impossível.

As feridas de chicote nas minhas costas apodreciam, o cheiro de putrefação enchendo o ar.

No quarto dia, a consciência era uma costa distante que não conseguia alcançar.

No quinto, alucinações eram minhas únicas companheiras.

Na manhã do sexto dia, a porta finalmente rangeu aberta.

— O tempo acabou — disse um lobo solitário friamente. — O Alfa quer que a deixemos sair.

Jogaram-me para fora como um pedaço de lixo na borda do território Blackwood.

Deitei na terra fria e úmida, ofegando por ar.

Cada respiração era uma nova onda de agonia.

Um comunicador zumbiu dentro das minhas roupas rasgadas.

Uma chamada de emergência do santuário da minha mãe.

— Senhorita Sandra! — a voz da cuidadora estava frenética. — Cortaram as Pétalas Lunares três dias atrás!

Pétalas Lunares.

Três dias atrás.

O dia em que fui levada.

— O quê? — Forcei as palavras para fora. — Como poderia...

— Contatamos todos os fornecedores que conhecemos. Todos receberam a mesma ordem do alto: a Alcateia Blackwood está cortada.

Ordens de um poder superior.

Apenas uma pessoa tinha esse tipo de autoridade.

Byron.

Forcei-me a discar o número do meu pai.

— Sandra? Meu Deus, sua voz...

— Pai — disse fracamente. — Envie homens para mover minha mãe. Agora mesmo.

— O que aconteceu?

— Byron cortou as Pétalas Lunares. Ela não tem muito tempo.

— Vou enviá-los imediatamente. Onde você está?

— A caminho — disse, lutando para ficar de pé, minha perna quebrada gritando em protesto. — Me dê duas horas.

Arrastei meu corpo quebrado até o santuário.

Minha mãe estava deitada na cama, seu rosto pálido como um lençol. Seus olhos estavam abertos mas desfocados. Ela já estava meio perdida.

— Ela está assim desde ontem à noite — a cuidadora sussurrou. — O dano ao vínculo espiritual está acelerando. Sem as Pétalas Lunares para acalmá-la, a maldição está ficando mais forte.

Peguei a mão fria da minha mãe.

— Quanto tempo temos?

A cuidadora hesitou, então respondeu com um tremor na voz.

— Foi o Alfa Byron — a cuidadora sussurrou, sua voz tremendo. — Ele pessoalmente ordenou que os carregamentos parassem três dias atrás. Ele calculou o tempo. Ele sabia que sem as Pétalas Lunares, a mente dela se despedaçaria em três dias...

Três dias atrás.

O dia depois que perdi meu filho.

Ele havia planejado tudo.

A morte do meu filho foi apenas o começo.

A dor da minha mãe era sua arma.

A prisão do meu irmão era sua alavanca.

E eu era apenas um peão no jogo dele.

Os homens do meu pai chegaram rapidamente e moveram minha mãe para um lugar seguro.

Deixei o santuário, arrastando meu corpo machucado de volta ao lugar que uma vez chamei de lar.

Na sala de estar, sentei à mesa e escrevi um documento com uma mão trêmula.

Um Acordo de Rompimento de Vínculo de Companheiros.

Duas cópias, com termos claros e uma maldição vinculante.

Assim que terminei a última palavra, ouvi passos atrás de mim.

— Sandra?

A voz de Byron.

— O que você está escrevendo?
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