(Ethan)
O barco balançou de forma estranha, como se algo enorme estivesse se movendo sob ele. Eu não consegui ver o que havia subido à superfície, mas a tensão no ar era palpável. Dylan ainda estava submerso na água e nem sua sombra eu conseguia ver. O barulho das ondas batendo no casco se misturava aos trovões que ecoavam acima. O vento havia parado, mas o som das águas se agitava como se algo estivesse prestes a acontecer.
Eu me inclinei na beirada e encarei a água. Estava turva, densa, como se o oceano tivesse se tornado um véu escuro e traiçoeiro. Foi aí que percebi: uma neblina densa começou a se erguer ao nosso redor, como braços tentando nos envolver. Um frio sobrenatural tomou conta do ar, e meu lobo reagiu instantaneamente. O calor do sangue começou a ferver em minhas veias. Era como se ele estivesse tentando me alertar: perigo iminente.
— Tem algo errado — murmurei, sentindo os pelos dos braços se arrepiarem.
De repente, algo me puxou com força. Não houve tempo para gritar,