Capítulo 11

Uma forma elegante e educada de dizer tímido, inadequado e completamente deslocado para este mundo brilhante e caro.

— Claro, claro — Marcel assentiu compreensivamente. — Bem-vindo à família, Oliver.

Se precisarem de qualquer coisa — absolutamente qualquer coisa — é só chamar.

Quando Marcel finalmente se afastou, nos sentamos em silêncio carregado.

Eu podia sentir fisicamente os olhares curiosos de outros clientes, provavelmente reconhecendo Sebastian instantaneamente e se perguntando com crescente curiosidade quem diabos era eu.

O secretário. O marido. O intruso.

— Você está bem? — Sebastian perguntou baixinho, estudando meu rosto com aquela intensidade analítica.

— Estou — menti automaticamente.

— Oliver.

Havia algo no tom grave da sua voz que me fez olhar diretamente para ele, sem conseguir desviar.

Seus olhos escuros me analisavam com aquela intensidade familiar e perturbadora.

— Eu sei que isso é... difícil para você — ele disse tão baixo que quase não ouvi. — Mas você precisa aprender a lidar com essas situações.

Elas vão acontecer com frequência cada vez maior.

Assenti rigidamente, tentando parecer muito mais confiante do que me sentia.

O garçom veio anotar nosso pedido, e Sebastian escolheu eficientemente por nós dois — algo que eu provavelmente deveria ter achado presunçoso e controlador, mas que na verdade me aliviou profundamente.

Uma decisão a menos para eu inevitavelmente estragar.

Durante a espera pela comida, tentei relaxar conscientemente.

Este era Sebastian, afinal. Meu chefe, sim, mas também... meu marido, pelo menos no papel legal.

Talvez eu devesse agir mais naturalmente, mais como um marido de verdade agiria.

Quando ele estava contando algo técnico sobre um novo contrato complexo, sem pensar muito, estendi a mão por cima da mesa e toquei a dele suavemente.

Era um gesto simples, pequeno.

Casais fazem isso o tempo todo.

Sebastian parou de falar imediatamente, as palavras morrendo no ar.

Seus olhos desceram lentamente para nossas mãos tocando e depois voltaram para meu rosto com uma expressão indecifrada.

Havia algo ali que eu não consegui interpretar — surpresa, talvez.

Ou desconforto profundo.

Retirei a mão rapidamente como se tivesse tocado fogo, sentindo meu rosto esquentar violentamente.

— Desculpe, eu...

— Não — ele disse baixo, mas havia uma tensão óbvia vibrando em sua voz. — Está tudo bem. É... natural.

Mas definitivamente não parecia natural para ele.

Parecia forçado.

Desconfortável.

Errado.

O restante do almoço passou numa atmosfera estranha e pesada.

Sebastian voltou a ser educado mas distante, mantendo aquela parede invisível entre nós.

Eu voltei a ser desajeitado, inseguro e patético.

Quando saíamos do restaurante, Marcel veio se despedir novamente com aquele entusiasmo genuíno, e eu, tentando desesperadamente ser um

"bom marido", me aproximei de Sebastian e toquei seu braço casualmente enquanto conversávamos.

Senti-o enrijecer completamente sob meu toque.

Todo o corpo dele ficando tenso como pedra.

— Conversamos em casa — ele disse tão baixo que apenas eu pude ouvir, enquanto sorria educadamente para Marcel. — Sobre isso.

Meu estômago despencou violentamente.

O caminho de volta para a empresa foi dolorosamente silencioso.

Sebastian dirigia com a mandíbula visivelmente tensa, músculos saltando, e eu ficava olhando pela janela sem realmente ver nada, tentando desesperadamente descobrir exatamente o que havia feito de tão errado.

De volta ao escritório, mergulhei no trabalho mecanicamente, tentando ignorar a sensação crescente de que havia desapontado Sebastian de alguma forma fundamental.

Por volta das três da tarde, meu telefone tocou alto.

— Ollie, querido!

A voz aguda e dramática da minha mãe me fez franzir o rosto involuntariamente.

— Oi, mãe.

— Como estão as coisas? Como está a vida de casado? Está sendo tudo maravilhoso?

— Está... bem.

— Só bem? — Ela soou genuinamente escandalizada. — Oliver, você se casou com um dos homens mais poderosos e ricos de Nova York inteira! Deveria estar nas nuvens! Radiante!

Olhei na direção do escritório de Sebastian através das paredes de vidro, onde podia vê-lo ao telefone, completamente focado no trabalho, completamente distante de mim.

— Estou feliz, mãe — menti sem convicção.

— Que bom! — Ela não percebeu a mentira, como sempre. — Escute, seu pai e eu queremos comemorar o casamento de vocês adequadamente. Que tal um jantar especial? Hoje à noite?

Meu coração disparou em pânico.

— Hoje? Mãe, eu não sei se Sebastian...

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