Porra.
Porra, sim.
Obrigada.
Obrigada, universo. Obrigada, chuva. Obrigada, Deus, ou destino, ou seja lá quem estivesse comandando o caralho do tempo cósmico naquela noite, porque eu com certeza não tinha crédito para ligar pra ele. Eu nem achei que a chamada tivesse sido completada.
O sinal ali era tão ruim que mal conseguia uma barra mesmo com o celular erguido enquanto murmurava pequenas preces desesperadas para o céu.
Mas lá estava ele.
O nome dele brilhando na tela como um segredo sujo que eu ainda nem tinha merecido.
Meu polegar deslizou pela tela.
— Alô… — Mal sussurrei a palavra, a voz trêmula por mais do que só o frio. Eu ainda estava quente. Ainda arrasada. Ainda cheia de prazer mal digerido e de alguma coisa mais escura que eu nem sabia nomear.
Eu nem consegui dizer a segunda palavra.
A voz dele estourou do outro lado da linha, dura, alta e furiosa.
— Onde caralhos vocês estão, Lyra?!
Eu me encolhi.
Fiz um movimento físico real, como se ele tivesse me puxado pelos cabelos at