POV Liah
O vento soprou forte, fazendo as cortinas negras do salão balançarem como véus fúnebres. Ainda havia cinzas no chão desde a execução da princesa. Cinzas e sangue.
Meus cabelos estavam presos no alto da cabeça, mas os fios soltos batiam contra meu rosto enquanto eu me erguia do trono como uma sombra. A pele marcada pela guerra ainda ardia, mas não mais doía. Não depois daquela noite.
A noite em que Magnus se entregou como fera faminta, e eu — estúpida — me deixei levar. De novo.
Meus lábios ainda guardavam o gosto da sua boca selvagem. O corpo, as marcas de sua brutalidade apaixonada. E a alma... a alma queria esquecê-lo, mas sangrava por ele. Por cada toque, por cada palavra de ódio sussurrada como jura de amor.
Desci os degraus de pedra com passos firmes. Os soldados abriram caminho como se temessem minha presença. E deviam.
— Onde estão meus filhos? — perguntei ao guarda da entrada, sem sequer olhá-lo nos olhos.
— No pátio de treino, Majestade. A pequena Aelyr