POV Magnus
O vinho escorria do cálice como sangue.
Estava escuro. Sempre escuro. O quarto onde eu a devorava com os olhos... com os dentes... com os punhos cravados no colchão que ainda tinha o cheiro dela.
Liah.
Minha maldição.
Minha rainha.
Minha perdição.
A bebida já não queimava na garganta. Estava entorpecido demais para sentir qualquer coisa que não fosse o peso do nome dela cravado no meu peito como uma adaga.
Rhaziel a tocava.
E ela sorria.
Não com paixão. Mas com aceitação.
Com cálculo.
Ela o escolheu. E isso me rasgava por dentro como se minhas próprias garras me traíssem.
A ponta da adaga raspava contra a pedra da parede. Riscando. Risos e gemidos ecoavam da memória. Da cama onde ela gemia meu nome. Onde ela sangrou por mim. Onde eu a marquei como minha.
E agora…
Ela dormia ao lado de outro.
Ela vestia outro nome. Outro clã. Outra aliança.
Joguei o cálice contra a parede. Ele se estilhaçou como meu orgulho. Como a ideia patética de que ela ainda me amava.