Ele força um sorriso, tentando aliviar o clima.
— Desculpe. Não queria jogar essa carga em você. Eu não deveria ter contado tudo isso…
— Não… — murmuro, desviando o olhar para minha bebida. — É só que… — Suspiro, sentindo a garganta apertar. — Meus pais e meu irmãozinho morreram em um acidente de avião quando eu tinha 17 anos. Então… Eu sei como é.
Jake me encara em silêncio, absorvendo minhas palavras.
— É diferente, claro… Mas foi tão brutal. Tão repentino. — Minha voz sai em um fio. — É algo que me acompanha até hoje. — Respiro fundo e tomo um gole da bebida. — Não sei por que estou te contando isso, Jake… Eu nunca falo sobre isso. Nem para os meus amigos…
Ele estende a mão devagar e pousa sobre a minha. O toque é firme, mas cheio de delicadeza.
— Fico lisonjeado por ter confiado em mim.
A suavidade desse gesto me desconcerta. Sempre tive dificuldade em falar sobre o passado, mas com Jake… É diferente. Como se compartilhássemos uma dor que não precisa de explicação.
— Jake.
— Sim?