O silêncio de George é ensurdecedor.
Seus olhos me encaram com aquela intensidade cortante que ele sempre teve, o olhar de um homem que sobreviveu a guerras corporativas e políticas familiares. Mas dessa vez, não há arrogância, apenas a sombra de uma verdade que ele sabe que não pode esconder.
Eu me adianto, minha voz subindo, cada palavra um ataque direto. “Você contou.”
Ele não responde. Não precisa. A confirmação está no seu silêncio.
Filho da puta.
“Por quê?” continuo, minha voz tremendo de raiva e decepção. “Eu deixei de ser seu filho quando decidi não seguir seus fodidos caminhos criminosos? Foi isso, George?”
Ele recosta-se novamente na cadeira, e pela primeira vez desde que cheguei, parece menor. Como se estivesse carregando o peso de uma história que ele evitou enfrentar por muito tempo. “Não é tão simples assim,” ele finalmente diz, mas a resposta é vazia, insuficiente.
“Explique então,” exijo, minha voz um misto de desprezo e dor. “Porque para mim, parece bem simples. Você