Philip acabou aquele abraço e tentou animar Taylor, pensando que sua tristeza fosse por causa do aniversário dele. Depois de arrancar um sorriso do amigo, ele deu um aviso:
— Ei, volte logo, antes que o dia vire! Quero ter você ao meu lado na hora de parabenizar o rei.
— Relaxa, daqui a pouco estou de volta — disse Taylor, tentando tranquilizar seu Alfa.
Philip o deixou ali e voltou para perto de Rachel, explicando por que saiu. Taylor suspirou e estava quase voltando também, quando sentiu aquele cheiro que lembrava o encontro com o rei. Ele virou e viu Andriel entrando no local, com duas taças na mão.
— Sua taça está vazia — disse, estendendo uma das taças para Taylor.
Taylor olhou para a taça com uma expressão séria, encarou Andriel, tentando entender o que ele queria, e então pegou a taça.
— Valeu. Desculpe-me por mais cedo, não sabia que estava falando com o rei, por isso não dei o respeito que o senhor merecia.
Taylor falou com uma certa frieza na voz, mesmo que a presença de Andriel estivesse o afetando.
— Não acho que você veio só porque minha bebida acabou. Estava preocupado de que eu contasse para o Philip? — questionou, deixando claro o pensamento que passou pela sua cabeça.
— Hoje é seu aniversário? — perguntou, tentando dissipar aquela hostilidade de Taylor.
— Ouviu minha conversa com o Philip? Então estava mesmo preocupado que eu contasse para ele? Mesmo se eu tivesse falado, o Philip não ia abrir o bico para ninguém.
Andriel sentiu-se incomodado com a hostilidade de Taylor e sabia que parte era sua culpa, então tentou mais uma vez.
— Desculpa se duvidei de você. Acho que começamos com o pé errado. Entendo que essa situação para você não é fácil de assimilar, assim como não está sendo fácil para mim. Não expliquei quem eu era no jardim, nem o porquê de precisar que você guardasse segredo. Você entende o quanto nossa situação é complicada? Ou pelo menos a minha?
Diante do que ele disse, Taylor diminuiu sua hostilidade e sua expressão suavizou um pouco.
— Entendo que essa situação não é confortável para o senhor. Confesso que nunca pensei na possibilidade de ter um companheiro, e sei que sua situação é mais complicada que a minha. Quero que entenda que eu não tenho culpa, então não precisa me tratar como seu inimigo.
— Primeiro, pode me chamar pelo nome. Segundo, vou me desculpar mais uma vez pelo que aconteceu. Perdi o controle novamente e minha cabeça estava cheia naquele momento. Como ouvi sua conversa, queria te dar os parabéns pelo seu aniversário. Ainda faltam poucos minutos para meia-noite, então ainda posso te desejar felicidades.
Andriel e Taylor se encararam, e o Beta prestou atenção aos traços faciais do rei, notando que seu pomo de Adão se mexia com frequência, mostrando nervosismo. Mas o que Taylor percebeu era que até mesmo isso tornava Andriel ainda mais sexy, e notar isso o deixava realmente assustado.
— Obrigado pelos parabéns — Taylor agradeceu, desviando o olhar.
Assim que agradeceu, fogos de artifício começaram a explodir no céu, indicando que era o aniversário de Andriel. O rei olhou para o lado, viu o sorriso de Taylor apreciando os fogos e, por alguns segundos, desejou sentir a mesma sensação que teve quando o tocou.
— Se você quer sentir isso de novo, então vá em frente, dê o primeiro passo e deixe o vínculo falar mais alto. — Frost o aconselhou em sua mente.
— Não consigo, Frost. Não é tão simples assim. Sei que os efeitos da nossa ligação estão gritando dentro de mim, mas o que vai acontecer se eu ceder?
— Vocês humanos complicam demais. Se você ceder, vai acontecer que vai se sentir bem e feliz — argumentou Frost, demonstrando sua irritação com a teimosia do rei.
Andriel não respondeu, pois Taylor se virou e encontrou seu olhar. Levantou a taça que segurava e o parabenizou.
— Agora é minha vez de fazer isso. Parabéns, majestade.
Andriel deu um leve sorriso e brindou com ele.
— Já pedi para me chamar pelo nome. Obrigado por ser o primeiro a me parabenizar.
O rei agradeceu e se encararam mais uma vez. A vontade de se aproximar um do outro era forte dentro deles, mas nenhum estava cedendo àquele desejo. Taylor decidiu dar um passo à frente, mas foram interrompidos por Hugo.
— Sua mãe está exigindo sua presença — falou, colocando as mãos nos bolsos da calça e encarou Taylor.
— Obrigado, Hugo. Não queremos deixar a dona Perla irritada — agradeceu, voltando a olhar para seu companheiro. — Te espero no salão.
Taylor confirmou com a cabeça e percebeu o olhar de Hugo em sua direção. Não soube decifrar se era amistoso ou não. O champanhe que Taylor tinha na mão, ele tomou de uma vez e decidiu voltar para o salão. Enquanto caminhava, ouviu vozes em um corredor e prestou atenção ao que falavam.
— Fez o que eu mandei? — perguntou um dos homens.
— Sim. Já deixei claro que o primeiro pedaço é para ser entregue para o rei.
— Ótimo! Isso tem que sair perfeito.
O Beta percebeu serem dois homens conversando, mas inicialmente não entendeu do que se tratava o assunto. Taylor voltou a andar, mas o fez lentamente, na intenção de ver quem eram os dois que mencionaram o nome do rei.
— Fique de olho nesses dois. Não sei quem são, mas meus instintos estão em alerta e você deveria ficar também — falou o lobo de Taylor.
Os dois passaram por Taylor e um deles o encarou. Taylor baixou o olhar e fingiu desinteresse, mas continuou de olho nos dois e prestou atenção onde eles ficariam no salão.
Todos estavam de pé, olhando para o centro do salão, onde Andriel estava com sua mãe e seu irmão. Todos começaram a cantar parabéns e Andriel olhava em volta procurando por Taylor, até que o viu ao lado de Philip. Um bolo foi trazido e Taylor prestou atenção nos dois homens que viu. Ele notou que o homem que o encarou estava focado no bolo e tinha uma expressão de expectativa, o que fez Taylor ficar ainda mais desconfiado.