capítulo 58 Prata e sangue

Eliz

As imagens grudaram na minha cabeça: os sorrisos, os passeios, Kaia de camisola no alto da escadaria — ele sorria com ela.

Comigo era tudo brutalidade; achei que esse fosse o jeito dele, poi eu quase não tinha seu afeto. Nunca tive.

Estacionei o carro, passei direto pelos meus pais — que me olharam como se tivessem avistado um fantasma — e fui para a cozinha. Peguei as cervejas e subi para o meu quarto.

Sentei-me com o vestido delicado e a lingerie que Mika me tinha dado; coloquei as garrafas ao lado e comecei a descarregar minha raiva.

Em algum momento Adam chegou, trazendo o cheiro da vira-latas — Kaia — mas hoje isso não importava.

Por que me negar ao que ele vinha oferecendo? Retirei a toalha para apreciar a obra de arte que Selene havia feito para mim.

— Eliz...— levantei o dedo indicador e o balancei em negativa, com um som de negativa estalando a língua— eu não quero sentir o cheiro daquela cadela.

Apontei a direção do banheiro.

Ele voltou querendo con
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