Pedro acordou confuso. Estava em um quarto escuro. Não era mais o quarto do hospital. Era o seu quarto. Sua cama. Estava de banho tomado e de pijama limpo. Por quanto tempo ele dormiu? Como foi parar na sua cama? Ao tentar se mexer, tudo doeu e ele gemeu.
- Você acordou. A luz foi acessa cegando os olhos de Pedro. Ele espalmou a mão contra a claridade.- Apaga essa merda, Rodrigo.Ao falar, Pedro sentiu o inchaço da boca, o gosto de sangue e a dor latejante.Rodrigo deixou a luz acessa e foi até a cama.- Como se sente, Pedro?- Morto.- Não foi dessa vez.- Sinto muito ter desapontado você.- Não fale muito para os pontos não se abrirem.Pedro abaixou a mão e deixou que seus olhos se acostumassem a claridade. Olhou em volta.- Como eu cheguei aqui?- Rafael e eu trouxemos você. Você veio andando, mas apagou de novo. O médico disse que é normal.- Normal? - Pedro estreitou os olhos que doeram. - Que porcaria me deram no hospital?-