Emanuele
Dirijo até a casa dos meus pais, já não há muito o que fazer e não dá mais para fugir. Em algum momento terei que encará-los, já estou na chuva, por que não me molhar de uma vez?
Estaciono e caminho devagar para a casa da minha mãe. Bato à porta e é meu pai quem abre. Nos encaramos por alguns segundos, e ele me puxa para um longo abraço emocionado.
— Ah, querida. Sentimos muito. Venha, entre. Sua mãe vai gostar de lhe ver.
Enxugo os olhos, para variar.
Entramos, minha mãe está na cozinha ao telefone no viva-voz, ao lado de vó Célia e vô Jonas, parecem estar planejando algo. Não consigo identificar com quem falavam, pois, ao me verem, tentam esconder o telefone.
Minha mãe o pega.
— Ah, preciso desligar agora, ela chegou aqui. Sim, pode deixar, nos falamos logo, com certeza, beijos! — ela desliga.
— Quem era?
— Ninguém — responde rápido.
— Ninguém?! E fala de mim para ninguém? — semicerro os olhos.
— Ah, Manu, pare com isso! — minha mãe corre para me abraçar. — Venha