51. Estou Indo Embora Para Sempre
É domingo à tarde, eu poderia estar descansando da noite mal dormida, mas, em vez disso, continuo tentando terminar de arrumar a mala para Dublin. Já devo ter tirado e colocado tudo de volta umas cinquenta vezes, e ainda sinto que falta alguma coisa.
— Como isso é possível? É só uma viagem de negócios, por que parece que estou indo embora para sempre? — resmungo, jogando uma blusa qualquer na mala.
Fecho o zíper, mas algo me incomoda. Fico parada, encarando a mala, como se isso fosse ajudar a aliviar a inquietação.
— Margot teria arrumado essa mala em dez minutos… — murmuro, sentindo um nó na garganta.
Margot. Para a maioria, ela era apenas a governanta da casa; para mim, ela era a minha mãe. Ela fazia tudo por mim, cuidava dos meus horários, me fazia sentir que sempre havia alguém ao meu lado, não importava o que acontecesse. Quando meu pai faleceu, Margot ainda estava lá, forte como sempre. Mas, poucos dias depois, ela também se foi… como se tivesse decidido que era hora de partir.
E