Narrado por Noah
Assim que Ana Júlia me contou sobre a droga na bebida, algo dentro de mim virou. Era como se meu corpo tivesse sido invadido por gelo e fogo ao mesmo tempo.
O meu irmão.
O sangue do meu sangue tentando me destruir.
Mas eu não sou qualquer um. E se eles achavam que iam acabar comigo e com a Bianca assim, estavam jogando xadrez com o rei na mesa errada.
Noah: — Ana Júlia, me escuta. A gente vai fazer o seguinte. Eu vou voltar pra mesa, fingir que bebi, fingir que tô dopado. Você segue a gente discretamente, vê pra onde ele vai me levar. Eu quero saber o que ele tá planejando. Tudo. Até o final.
Ela me olhou assustada, mas assentiu.
Ana Júlia: — Você tem certeza?
Noah: — Tenho. E você vai me tirar de lá se a coisa passar do limite. Fica no carro, disfarçada. E avisa a Bianca de tudo. Cada detalhe. Mas me deixa ver até onde eles vão.
Respirei fundo, balancei os braços e o corpo como se estivesse começando a ficar zonzo. Treinei a respiração, os olhos pesados, as