Ana Júlia perdeu a sua mãe muito cedo. Mas a mesma não levou o seu maior segredo para o túmulo. Em seu leito de morte ela conta para sua filha quem é o seu pai. Quem é esse homem? Porque ele nunca a procurou? FRAGMENTOS DO PASSADO é uma história emocionante narrada por nada mais, nada menos que Edgar Fassini. Um homem de um único amor. Enganado. Traído por seus próprios pais. Ele acreditou que a única mulher que amava de verdade o abandonou, partindo o seu coração. Anos depois da tamanha desilusão ele descobre que tem uma filha. Gerado pelo amor de um passado. A doce Ana Júlia conhecerá o único homem que conquistou o coração da sua mãe.
Ler maisAlemanha 2018
A vida é como uma roda gigante. Ela gira e gira e sempre para sempre no mesmo lugar. É atraente, é convidativa, mas também é muito traiçoeira também. Aprendi de uma forma amarga, o quanto ela machuca e brinca conosco. Meu nome é Edgar Fassani. Sou descendente de italianos imigrantes que vieram para o Brasil e aqui se estabeleceram. Meu pai Enrico Fassini, abriu aqui as indústrias de laticínios Fassini e cresceu em solo brasileiro e se tornou um homem muito rico e poderoso na região de Goiás. Minha mãe, Giovanna Fassini é uma mulher exemplar. Boa esposa, boa mãe, boa dona de casa. Eu cresci tendo de tudo. Boas escolas, melhores roupas, frequentei as melhores festas sociais e como todo garoto bem-sucedido, tinha qualquer garota aos meus pés e isso era motivo de orgulho para o meu velho. Mas o que Enrico não sabia, é que apenas uma garota me interessava. Rose Falcão, era a garota mais linda daquele lugar. Ela era perfeita. Quando chegou a região tinha apenas quinze anos e apesar de morar na fazenda dos meus pais e de seus pais trabalharem para os meus, nós não tínhamos muito contato. Meu pai fazia questão de manter a distância entre os empregados e o seu filho. Eu era filho único e Rose também Costumava olhá-la da janela do meu quarto e por muitas vezes, a vi correr pelos campos e juro que fiquei fascinado ao ver seus cabelos negros e lisos soltos ao vento e para o meu desespero, nesse mesmo dia eu a vi como uma linda mulher. Mas isso ficou no passado e é algo que eu luto para esquecer a vinte anos.
— Tudo bem com você querido? — Andréa pergunta quase sussurrante, beijando o meu rosto e me trazendo de volta ao meu presente. Dou uma traga forte no cigarro que está entre os meus dedos e em seguida o apago no cinzeiro de cristal que está sobre a mesinha branca de ferro da sacada. Solto uma fumaça densa com um sopro lento e encaro a linda mulher, completamente nua na minha frente.
— Vista- se. Está na hora de ir. — Falo de um modo seco e ignorando a sua pergunta com falsa preocupação.
Andréa Magliano é a filha do embaixador, Rodrigues Magliano. É uma mulher linda e exuberante. Seus cabelos são curtos, de um corte rente ao seu lindo pescoço. É alta e tem algumas curvas que dá vontade de apertar, de chupar e de não soltar mais. Meneio a cabeça fazendo um não internamente. Não é o meu caso. Desde que fui abandonado pela única mulher que amei na minha vida, decidi não me entregar mais ao amor. Então eu não me casei e não tive filhos, mas fiz fortuna e me tornei um homem de grande influência aqui na Alemanha e em outros países considerados a potência do mundo e conhecido por ser um punho de ferro no meio comercial. Andréa parece não se incomodar com as minhas grosserias e sorri envolvendo o meu pescoço com os seus braços macios e esguios. Ela aproxima o seu rosto do meu e me beija levemente a boca.
— Que tal se voltássemos para aquela cama e fazermos amor matinal gostoso? _ Ela sugere com uma voz rouca e manhosa. — Ah! Como eu queria me esbaldar nesse corpo jovem e vivido! Nos meus 45 anos, dificilmente me deitei com mulheres maduras. Andréa tem seus 22 anos e como dizem os matutos, é apenas um pitéu. Dou um tapa forte e seguro em sua bunda e ela grita, rindo safada em seguida.
— Não dá, Andréa, e você já conhece as regras — advirto-a.
— Ah! Mas você já quebrou uma delas deixando que eu dormisse com você. Eu pensei que...
— Pensou errado. — Corto-a com frieza na voz. — Você sabe que eu não me prendo a ninguém. Saia. Eu tenho que ir para o aeroporto. — Ela me lança um olhar surpresa.
— Você vai viajar?! — inquire altiva.
— Sim.
— Para aonde vai?
— Não é da sua conta!
— Edgar, você não pode falar assim comigo! — esbraveja, roubando a minha paciência. Irritado, eu seguro firme em seus cabelos e a encaro com dureza. Logo vejo o medo estampado em seus olhos e isso me satisfaz.
— Quem você pensa que é, porra? A minha namorada, minha esposa? — questiono com um tom baixo, porém intimidador o suficiente para ela empalidecer. Andréa engole em seco.
— Me solta, você está me machucando! — geme com irritação, levando sua mão a minha, tentando soltar-se do meu agarre.
— Ponha uma coisa nessa sua cabeça oca, Andréa — falo ríspido e batendo com meu indicador na lateral da sua cabeça. — Você é só a porra de uma transa, não é a minha dona, não é nada para mim! Agora seja uma menina inteligente, vista a porra da sua roupa e saia das minhas vistas agora! — A solto e ela me encara irritada. Seu medo se foi, há apenas mágoa a ira nos olhos claros.
— Você vai se arrepender de ter feito isso comigo, Edgar Fassini! — diz entre dentes. Dou de ombros e acendo outro cigarro, lhe dando as costas e olhando para as ruas frias da Alemanha.
— Entre na fila, Andréa, entre na fila — sibilo, dando uma tragada forte no cigarro e libero a fumaça logo em seguida. Minutos depois escuto o som do salto alto ecoando pelo assoalho. Eu não olho para trás, mas sei que ela está bem atrás de mim e encarando as minhas costas.
— Estou saindo — avisa. Ainda sem olhá-la, dou mais uma tragada no cigarro. — Da sua cobertura e da sua vida também. — Completa fazendo um silêncio em seguida, parece esperar que eu fale algo, mas eu permaneço calado e na mesma posição. — Adeus, Edgar! — diz finalmente. Ela se vai, outra vem. Penso.
Sempre foi assim. Escuto o som a porta batendo com mais força do que o necessário e respiro fundo, entrando na sala extremamente luxuosa, pego a minha mala que estava no canto da parede e me dirijo para saída do quarto de hotel. Depois de vinte anos, estou voltando ao Brasil. Voltar para a casa que evitei por todos esses anos é o motivo das fortes lembranças do passado. Minha mãe Giovanna está muito doente e necessita me ver com urgência.— Para o aeroporto, Charles — peço com o meu habitual tom frio assim que entro no carro de vidros escuros. Charles, meu motorista me olha sério pelo retrovisor e ajeita o seu quepe, ligando o carro em seguida. Pego o telefone no bolso interno do meu sobretudo e ligo para o meu escritório.
— Bom dia, senhor Fassini! — Angelina, minha secretária diz assim que atende o telefone.
— Estou indo para o Brasil, Angelina — falo, dispensando sua cordialidade. — Ficarei uma semana fora. Avise ao Alfred que cuide de tudo até eu voltar e, não quero falhas! — Não é um pedido e sim uma ordem.
— Sim, senhor, darei seu recado...— Nem espero que termine sua frase e desligo o aparelho. Quando chego ao aeroporto, Vivian, a comissária de bordo vem ao meu encontro com um sorriso profissional e com o seu jeito prestativo. Ela dá a ordem para levarem a minha mala para dentro do jatinho particular.
— Bom dia, senhor, o jatinho já está pronto, e o capitão Julian já o está aguardando — informa enquanto adentramos o enorme salão movimentado do aeroporto.
O que fazer quando você encontra uma pedra de tropeço em seu caminho?Você chuta, ou se desvia dela?Ou faz simplesmente vistas grossas e segue adiante?Não dá para se desviar de uma pedra em seu caminho. Você tem que eliminá-la, tirá-la de lá, ou tudo na sua vida desanda.Aprendi isso de uma forma muito, muito dolorosa.Quantas vezes enxerguei essa pedra no meu caminho?Só uma vez e isso só aconteceu vinte e oito anos, depois que me fez cair de cara no chão, e me arrebentei inteiro.Mas, a verdade, é que mesmo que você venha a cair, ela continuará ali, no meio do seu caminho, esperando se levante e tropece outra vez.É aí que você desperta para enxergá-la de verdade, porque você não quer cair de novo e de novo. Você, querlevantar e seguir em frente, curar as feridas e esquecer as do
— Por favor, me ajudem! — Eu tinha que sair dali, correr para bem longe, pedir ajuda ou me esconder, porém, meu corpo não me obedecia. Eu estava nervosa, apavorada, na verdade, e sem ter muito o que fazer, comecei a gritar. Despertei do meu estado de pânico, quandoescutei o clique da trava de uma arma e encarei o homem branco e alto demais, e para minha sorte, o ônibus parou bem na minha lateral com suas portas abertas.Com desespero na alma, vi um senhor se preparar para descer os degraus. Aquela era a minha única oportunidade de sobreviver, entretanto, nãoo esperei descer. Olhei para o mafioso, que havia escondido a arma na lateral do seu corpo e corri para dentro do coletivo e aos gritos, pedi para o motorista seguir em frente. Sentei-me no chão do veículo sem forças, assim que o ônibus entrou em movimento e alguns passageiros me ajudaram a me acomodar no banco
Ed larga imediatamente a sua taça no balcão e me puxa para os seus braços.— Shiiii! Pensei haver gostado da surpresa, meu amor — disse com voz baixa, me apertando em braços. Afasto-me um pouco, para olhar nos olhos apreensivos.— Eu não gostei, meu amor — falo, meneando a cabeça. — Eu simplesmente amei esse lugar! Está tudo tão lindo e… tão… impecável, ele é Perfeito! — digo ainda com a voz embargada.— Então, porque todo esse choro? — Puxo uma respiração profunda e solto o ar lentamente pela boca.— Você não sabe quantas vezes sonhei com isso. Foram anos, Edgar e em algum momento, tive que me convencer de que isso nunca aconteceria para mim. Por muitas vezes, durante várias noites, eu repetia que não passava de um sonho bobo, que precisava que seguir em frente
Dois anos depois… — Mantenha os olhos fechados, Rose. — Ed pede com um tom meigo e baixo.Estou ansiosa e. nervosa e apreensiva também. Faz dias que ele anda bem estranho, reservado e sempre ao telefone.— Quando poderei abrir os olhos, Ed? — reclamo.— Só mais um pouco, pérola. Não abra os olhos — repete. Sorrio por antecipação.Em algum momento, escuto um barulho de algo sendo derramado, é um barulho bem sutil e inquieta, puxo a respiração lentamente.Os anos se passaram lentos e felizes. Lucca já está andando e é um garoto muito esperto e falante. Há dois anos,Edgar entrou em nosso quarto com uma ficha preenchida na mão e juro que quase infartei ao perceber que se tratava de uma inscrição. E por causa dele,realizei um sonho de adolescência e fiz meu curso de gastronomia.É claro que no início fiquei receosa, pois oLucca ainda eram bem pequeno e muito dependente também. Contudo,meu marido maravilhoso, fe
— Prazer, Suzana! Sou Edgar e este é o meu irmão Igor Fassini. — Faço as devidas apresentações ela aperta as nossas mãos. Logo a mulher se põe a olhar a ampla sala e um sorriso grande e satisfeito surge em sua boca, quando volta o seu olhar para nós dois.— Tem certeza de que quer fazer isso?— Absoluta. — Igor responde sem pensar duas vezes. — Seus olhos varrem o cômodo rapidamente e após arquear as sobrancelhas e sorri novamente e ela faz sim, com a cabeça.— Não tem ideia do quanto estará nos ajudando — comenta emocionada.Depois que toda a tempestade se acalmou e o caso Lancaster foi finalmente resolvido e que Enrico morreu. Resolvemos que não ficaremos com nada do que nos deixou
No altar, encontro Igor e Morgana de mãos dadas, eles serão os padrinhos de Matt. Os cumprimento assim que nos aproximamos e Rose também e na sequência, abraço o noivo que parece nervoso pra cacete e só então, nos posicionamos em nossos lugares.Minutos depois, a marcha nupcial começa e Adry entra deslumbrante, andando com passos lentos sobre um tapete vermelho e os convidados logo se põem de pé.Ela está linda!O vestido branco se arrasta com magnitude pelo chão. Um belo modelo tomara que caia que desenha o corpo da garota, sem vulgarizar. O véu curto, adornado por uma coroa de pedras, enfeita o penteado no topo da sua cabeça e alguns cachos largos caem sobre os seus ombros. Adry pequena sorri largamente para o seu noivo no altar.— Ela parece nervosa — sussurro para a minha esposa.— É normal. Todas passamos por isso. — Ela suss
Último capítulo