O senhor Henrique permaneceu em silêncio por um longo tempo. Observava o rosto pálido de Beatriz, marcado por tanto sofrimento, e a expressão firme, indiferente.
Originalmente, ao aproveitar-se da internação dela após o atentado, sua intenção era fingir que não via nada, para então observar se Gabriel ainda teria chance de reconquistar o coração dela, pedindo perdão.
Mas agora… Ela estava disposta a trocar uma soma que ultrapassava centenas de bilhões apenas por uma coisa: que Gabriel fosse banido de sua vida para sempre.
Quão profundo deveria ser o ódio, ou quão morto deveria estar o coração, para que alguém aceitasse uma barganha dessas?
À porta do quarto.
Os dedos de Gabriel se cravavam no batente, sustentando o próprio corpo. Ele olhava para as costas um tanto curvadas do avô e, num tom de súplica, murmurou:
— Não… Vovô…
— Eu aceito. — A voz de Henrique soou no mesmo instante, carregada de calma e autoridade. — Respeito plenamente a sua vontade. A partir de agora, designarei dez se