Capítulo 162Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu estava sentada na sala de estar dos Beaufort, encarando o chão, tentando manter o foco em algo que não fosse a confusão gigante que tinha se tornado minha vida. O ambiente ao redor era chique, impecável, mas a sofisticação da casa só fazia tudo parecer mais irreal. Ao meu lado, Ágape e Nathaniel estavam sentados em silêncio, me observando com uma mistura de preocupação e hesitação. Eu sabia que eles queriam me ajudar, mas o peso do que estava acontecendo era grande demais até para eles.Ágape estendeu a mão e tocou meu ombro, um gesto de conforto, mas eu me afastei, me levantando do sofá em um movimento brusco. Não queria aquele tipo de consolo. Eu queria respostas. E o silêncio de Marcelus, que estava em pé à frente de nós, com os braços cruzados e a testa franzida, me deixava ainda mais furiosa.— Clare, eu sei que você está brava, mas... — começou Ágape, a voz calma, tentando me acalmar.— Brava? — Eu soltei uma risada amarga,
Capítulo 162Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu estava sentada na sala de estar dos Beaufort, encarando o chão, tentando manter o foco em algo que não fosse a confusão gigante que tinha se tornado minha vida. O ambiente ao redor era chique, impecável, mas a sofisticação da casa só fazia tudo parecer mais irreal. Ao meu lado, Ágape e Nathaniel estavam sentados em silêncio, me observando com uma mistura de preocupação e hesitação. Eu sabia que eles queriam me ajudar, mas o peso do que estava acontecendo era grande demais até para eles.Ágape estendeu a mão e tocou meu ombro, um gesto de conforto, mas eu me afastei, me levantando do sofá em um movimento brusco. Não queria aquele tipo de consolo. Eu queria respostas. E o silêncio de Marcelus, que estava em pé à frente de nós, com os braços cruzados e a testa franzida, me deixava ainda mais furiosa.— Clare, eu sei que você está brava, mas... — começou Ágape, a voz calma, tentando me acalmar.— Brava? — Eu soltei uma risada amarga,
Capítulo 164Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu não queria olhar para Marcelus. Só de pensar nele, o sangue esquentava nas veias, a raiva pulsando.O problema era o silêncio dele, as decisões mal explicadas, a maneira como ele simplesmente deixou Vincenzo sozinho depois de Mia ter sido morta. Como ele podia me afastar e deixar o irmão na Itália, com todo o caos ao redor, sem nem me dar uma justificativa decente? Eu precisava entender.— Clare, escuta... — ele começou, mas eu levantei a mão, já cansada de ouvir desculpas.— Eu não quero ouvir agora, Marcelus. — Minha voz saiu fria, dura, enquanto eu caminhava até a janela, tentando manter o foco em qualquer coisa que não fosse ele. — Você me trouxe para cá sem explicar porra nenhuma. Deixou seu irmão lá, sozinho. Como você acha que eu me sinto? Eu não sou uma idiota.Eu não olhei para trás, mas sentia os olhos dele cravados nas minhas costas. A tensão entre nós encheu o quarto de um jeito quase sufocante. O som dos passos dele
Capítulo 164Clare VallenceInglaterra | 16 de JunhoEu não queria olhar para Marcelus. Só de pensar nele, o sangue esquentava nas veias, a raiva pulsando.O problema era o silêncio dele, as decisões mal explicadas, a maneira como ele simplesmente deixou Vincenzo sozinho depois de Mia ter sido morta. Como ele podia me afastar e deixar o irmão na Itália, com todo o caos ao redor, sem nem me dar uma justificativa decente? Eu precisava entender.— Clare, escuta... — ele começou, mas eu levantei a mão, já cansada de ouvir desculpas.— Eu não quero ouvir agora, Marcelus. — Minha voz saiu fria, dura, enquanto eu caminhava até a janela, tentando manter o foco em qualquer coisa que não fosse ele. — Você me trouxe para cá sem explicar porra nenhuma. Deixou seu irmão lá, sozinho. Como você acha que eu me sinto? Eu não sou uma idiota.Eu não olhei para trás, mas sentia os olhos dele cravados nas minhas costas. A tensão entre nós encheu o quarto de um jeito quase sufocante. O som dos passos dele
Capítulo 166Marcelus MoreauInglaterra | 17 de JunhoEu mal conseguia segurar o celular. Minhas mãos tremiam, o suor escorria pela minha testa, e minha mente estava a mil.Eu não sabia mais o que fazer.Clare claramente ainda estava um pouco brava comigo, e com razão. Eu a estava mantendo presa aqui em Londres, longe do caos que estava acontecendo na Itália, mas meu coração estava em pedaços só de pensar no que poderia acontecer se eu cedesse. Não era só sobre proteção, era muito mais do que isso. Eu tinha que garantir que ela estivesse viva, longe da loucura dos Lombardia e dos Marini.— Pai... — Eu mal conseguia completar a frase, quando finalmente ouvi a voz grave de Mario do outro lado da linha.— Marcelus? — Ele parecia cansado, mais do que o normal. — O que está acontecendo, filho? Clare está bem?Eu olhei para Clare, que estava de costas para mim, encarando a janela. Ela não queria falar comigo, e talvez fosse melhor assim, porque eu mesmo não sabia o que dizer.— Sim, ela est
Capítulo 167Mario MariniItália | 17 de JunhoEu estava sentado em minha poltrona, com os olhos fixos na janela à minha frente, mas sem realmente enxergar a paisagem.As montanhas da Toscana, o campo verde, o céu claro... Tudo parecia tão distante agora, quase inalcançável. As guerras que eu enfrentei ao longo da vida, os sacrifícios que fiz para manter nossa família intacta, pareciam nada comparados ao que estava acontecendo agora. Vincenzo estava completamente fora de si, destruído pela dor da perda de Mia, e Marcelus, preso na Inglaterra, lutava para proteger Clare.Tudo o que eu havia construído estava à beira do colapso.Suspirei profundamente, tentando organizar meus pensamentos antes que Vincenzo chegasse. Eu sabia que ele não aceitaria facilmente o que eu tinha a dizer, porque no fim… agora ele era um homem em luto, com a morte de Mia ainda fresca em seu coração, ele não estava pensando com clareza.Mas não havia outra saída.Não mais.Ouvi passos pesados do lado de fora, e a
Capítulo 168Vincenzo MariniItália | 17 de JunhoSenti o peso da conversa com meu pai caindo sobre meus ombros como uma tonelada de concreto. A ideia do casamento com a filha do inimigo era quase insuportável. Eu estava ali, parado no meio do escritório, tentando entender como as coisas tinham chegado a esse ponto, e como ele, o homem que me ensinou a lutar, a nunca ceder, podia agora estar me pedindo para me aliar àqueles que destruíram a minha vida.Passei a mão pelos cabelos, sentindo a frustração fervendo dentro de mim, como se estivesse prestes a explodir. Ainda ouvia as palavras do meu pai ecoando na minha cabeça: “Pelo bem da família. Pelo Marcelus.”Pelo Marcelus. Ele tinha me dito que esse era o caminho para salvar o meu irmão. Que a guerra que começou já havia ido longe demais. E agora, cabia a mim selar a paz, de um jeito que parecia uma traição à memória de Mia.Eu odiava tudo nisso. Odiava a ideia de dar qualquer coisa para os Lombardia, odiava mais ainda a ideia de me u
Capítulo 169Marcelus MoreauInglaterra | 20 de JunhoO silêncio entre Clare e eu era quase insuportável. Tinha dias que ela mal falava comigo, e quando falava, era sempre com aquele tom frio, cheio de raiva contida. Eu sabia o quanto ela estava sofrendo pela Mia. E sabia também que, no fundo, ela estava mais brava comigo do que com qualquer outra coisa.Não era fácil, e eu entendia isso. Mia não era só a noiva do Vincenzo, ela era amiga de Clare, alguém importante. O velório tinha sido na Itália, e eu... eu impedi Clare de ir. Tentei proteger ela, afastar ela de todo aquele caos, mas isso só fez a situação entre nós desmoronar. Eu a mantive longe do que ela achava ser o certo, e agora, era como se tivesse criado um abismo entre nós.Eu estava sentado na beirada da cama, encarando o chão enquanto pensava em como tudo saiu do controle. Clare estava na cozinha, organizando alguma coisa, sem me olhar, sem dirigir uma palavra. Ela já não fazia isso com naturalidade há dias. Cada vez que t