Lucas estava inquieto, o olhar perdido, as palavras saíam atropeladas, sem nexo algum. Gustavo, impaciente, bateu com força na mesa e exclamou:
— Vai falar ou não vai?
Lucas coçou o nariz, claramente desconfortável:
— Vô, será que… poderia ligar pra Mariana?
Gustavo ficou ainda mais irritado:
— Você não tem mãos, não?
— Ela me… bloqueou.
Admitir aquilo era embaraçoso, mas não havia outra saída. Se era necessário engolir o orgulho, que fosse. O mais importante era falar com ela.
Gustavo apontou o dedo para ele, como se quisesse repreendê-lo:
— Você, você… o que eu faço com você, hein?
Apesar da bronca, o velho avô não conseguia esconder o carinho pelo neto. No fundo, também desejava que Lucas e Mariana se reconciliassem.
Pegou o telefone e, sem mais delongas, discou para Mariana. A chamada foi atendida rapidamente.
— Mariana, querida, ainda está acordada? — Perguntou Gustavo, em um tom gentil.
Mariana acabara de voltar de um jantar com Paulo e outros amigos. Respondeu prontamente:
— Ain