*Xavier**
O silêncio do escritório é perfeito, tão impecável quanto o tapete de lã tibetana sob meus pés, uma peça que custou mais do que alguém do meu passado poderia imaginar. As paredes estão adornadas com obras de arte exclusivas, mas há uma em particular, uma pintura do Renascimento, que ocupa um lugar especial. Eu a comprei em um leilão privado, depois de uma feroz competição com colecionadores que claramente não sabiam com quem estavam lidando. O couro italiano da minha cadeira estala sob meu peso enquanto observo a cidade pela janela. Tudo o que vejo daqui, eu conquistei, peça por peça.
— Feito, senhor Xanders — a voz de Julius me tira dos meus pensamentos.
Não levanto os olhos da pequena escultura de bronze na minha mesa, uma daquelas edições limitadas que alguns chamariam de "minimalista". Mas o preço dela seria suficiente para alimentar uma família por meses. É irônico.
— Feito, senhor Xanders — diz Julius, meu empregado mais leal, depois de desligar o telefone.
Assinto, ma